O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu não acatar o pedido que buscava afastar Ednaldo Rodrigues da presidência da CBF. Em despacho publicado nesta quarta-feira (7), o magistrado afirmou que “não há que se falar em reconsideração da decisão cautelar”, uma vez que ela “já esgotou os efeitos e não mais vigora”. Para ele, não existem mais os requisitos fáticos e jurídicos que sustentaram a intervenção anterior.
O pedido de afastamento havia sido apresentado pelo vice-presidente da CBF, Fernando Sarney, com base em um laudo que questiona a validade da assinatura do ex-presidente da entidade, Coronel Nunes, em um acordo que selou o retorno de Ednaldo ao cargo. A assinatura teria sido feita mesmo com indícios de que Nunes estaria com capacidade cognitiva comprometida — o que poderia configurar vício de consentimento.
Gilmar, porém, não viu razão para mudar sua decisão anterior. Ao invés disso, determinou ao Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) que adote, com urgência, as providências cabíveis para apurar a autenticidade da assinatura e eventuais irregularidades no processo de homologação do acordo.
O caso reacendeu os bastidores turbulentos da CBF e voltou a movimentar o noticiário esportivo. Diante da repercussão, a própria entidade divulgou uma nota oficial contestando o que chamou de “espetacularização midiática” em torno do tema. Segundo a CBF, o laudo apresentado contra a assinatura de Coronel Nunes foi produzido por um perito particular, sem validade oficial, e estaria sendo usado com “fins nada republicanos”.
No comunicado, a entidade reafirma que todos os atos referentes ao acordo homologado pelo STF foram feitos “dentro da legalidade” e critica os veículos que, segundo ela, estariam promovendo uma campanha para desestabilizar a gestão. “A CBF reitera seu compromisso com a transparência, a legalidade e a boa-fé em todas as suas ações e decisões institucionais”, diz a nota.
Por ora, o recado do STF é claro: Ednaldo Rodrigues segue presidente, e o restante se apura depois.