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Flamengo encara o PSG sabendo que vai enfrentar uma seleção do mundo

Metade da seleção masculina do ano eleita pela Fifa é formada por jogadores do PSG

Marcondes Brito

17/12/2025 5h06

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A coincidência de datas é simbólica e reveladora. Um dia depois de a Fifa anunciar, nesta terça-feira (16), os vencedores do prêmio The Best 2025, o Flamengo entra em campo nesta quarta-feira para enfrentar o Paris Saint-Germain na final do torneio intercontinental. E os números da eleição ajudam a dimensionar o tamanho do desafio que o time rubro-negro terá pela frente.

Metade da seleção masculina do ano eleita pela Fifa é formada por jogadores do PSG. O clube francês, atual campeão da Champions League, domina a lista e transforma o confronto em algo mais próximo de um duelo contra uma seleção do mundo do que contra um clube convencional. Não é força de expressão: o Flamengo vai enfrentar um time recheado de atletas reconhecidos oficialmente como os melhores do planeta em suas posições.

No gol está Gianluigi Donnarumma, hoje no Manchester City, mas premiado pelo que fez ao longo da temporada passada vestindo a camisa do PSG. Na defesa, aparecem Achraf Hakimi, Pacho Willian e Nuno Mendes, além de Virgil Van Dijk, do Liverpool. No meio-campo, Vitinha é mais um representante parisiense entre nomes como Jude Bellingham e Cole Palmer. No ataque, Ousmane Dembélé, eleito o melhor jogador do mundo, divide espaço com Lamine Yamal e Pedri.

O recado é claro: o otimismo do torcedor do Flamengo precisa vir acompanhado de noção de realidade. O adversário desta quarta-feira não é apenas forte — é certificado pela Fifa como o mais próximo que o futebol atual consegue chegar de uma seleção mundial.

Há, no entanto, uma ponderação importante. Desde que Lionel Messi e Cristiano Ronaldo envelheceram e deixaram de monopolizar o prêmio de melhor do mundo, o futebol vive um período de transição. O troféu segue existindo, mas já não há um jogador que faça o planeta inteiro “encher a boca” para dizer, sem discussão: este é o melhor do mundo.

Ousmane Dembélé venceu em 2025. É um grande jogador, decisivo, fundamental no PSG campeão da Europa. Mas não é um gênio geracional como foram Messi e Cristiano. O mesmo vale para Vinícius Júnior, vencedor do prêmio no ano passado: craque, protagonista, mas distante daquela aura quase extraterrestre que marcou mais de uma década do futebol mundial.

Nesse intervalo histórico, é impossível não lembrar de Neymar. Em qualquer outro tempo, teria levado ao menos um desses troféus. Não levou porque dividiu sua carreira com dois jogadores de outro planeta, que transformaram o prêmio em propriedade privada por mais de dez anos.

É nesse contexto que o Flamengo entra em campo. Vai enfrentar uma seleção do mundo que tem o melhor jogador do mundo — ainda que esse “melhor do mundo” já não seja o que um dia Messi e Cristiano foram. O desafio continua gigantesco, mesmo que o futebol, hoje, viva uma era menos genial e mais distribuída.

Para o Flamengo, entender isso é o primeiro passo antes de sonhar. O segundo é jogar.

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