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Escândalo na imprensa: ESPN se curva à CBF e afasta jornalistas após críticas a Ednaldo

A decisão escancara o grau de submissão de empresas que dependem de acordos, concessões e favores da Confederação

Marcondes Brito

09/04/2025 12h39

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Reprodução/Montagem

O que a ESPN fez nesta semana não é apenas um movimento interno. É um gesto simbólico — e preocupante — de como parte da mídia brasileira está cada vez mais refém dos interesses da CBF. Após um Linha de Passe que abordou as graves denúncias da revista piauí contra Ednaldo Rodrigues, seis jornalistas foram afastados: Dimas Coppede, Gian Oddi, Paulo Calçade, Pedro Ivo Almeida, Victor Birner e William Tavares.

A decisão escancara o grau de submissão de empresas que dependem de acordos, concessões e favores da Confederação para operar com “acesso privilegiado”. A ESPN, que já se vendeu como reduto de análise crítica e independência editorial, hoje parece mais preocupada em não desagradar a cartolagem do que em proteger seus próprios profissionais.

Estamos falando de uma entidade, a CBF, acusada de usar dinheiro público e recursos do futebol nacional para construir um império político interno. E estamos falando de uma emissora que, em vez de aprofundar o debate, puniu quem se atreveu a tocar no assunto.

Não se trata apenas de um ataque ao jornalismo esportivo. É um tapa na cara da liberdade de expressão. Quando jornalistas são afastados por criticarem um dirigente, a mensagem é clara: o silêncio vale mais do que a verdade. A conveniência vale mais do que a coragem.

Se a imprensa continuar cedendo, não será apenas o futebol que estará em jogo. Será a própria credibilidade do jornalismo.

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