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Futebol ETC
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Entre bolas de cristal e bolas de futebol, a previsão é que o hexa vem aí

O médium Rogério de Ogum já decretou que o Brasil será campeão da Copa do Mundo de 2026

Marcondes Brito

29/09/2025 5h24

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Reprodução

Na semana passada, o Jornal de Brasília trouxe uma revelação que, se confirmada, vai mudar a história do futebol brasileiro. O médium Rogério de Ogum decretou que o Brasil será campeão da Copa do Mundo de 2026. E mais: o protagonista da conquista será Neymar, ressurgindo como uma fênix, jogando com foco, dedicação e talento, como nunca antes na história deste país.

Não deixa de ser uma boa notícia. Num tempo em que a Seleção parece mais perdida do que nunca, ouvir que o hexa já está garantido — e com Neymar de herói — dá até uma pontinha de esperança.

O problema é confiar demais nas bolas de cristal. Rogério de Ogum já acertou algumas: disse que Neymar teria um ano complicado em 2024 e voltaria ao Brasil — o que de fato aconteceu, com direito a polêmicas, lesões e retorno ao Santos. Também cravou resultados do Corinthians, inclusive com número de expulsões, para alegria da Fiel.

Mas, como todo vidente que se preze, também errou feio. Em 2014, garantiu que o Brasil seria campeão em casa. Resultado: o inesquecível 7 a 1. E teve até a ousadia de prever que Pelé teria um filho com Xuxa. Nem Freud explica.

Ou seja: acreditar cegamente é arriscado. Previsão de médium funciona como previsão do tempo em Brasília: um acerto aqui, uma tempestade de erros acolá.

E não é só no Brasil que esse fascínio por profecias ganha manchete. Do outro lado do mundo, uma artista japonesa chamada Ryo Tatsuki publicou em 1999 um mangá, “O Futuro que Eu Vi”, em que registrava sonhos que, segundo ela, eram premonitórios. Lá estavam: um grande desastre em 2011 (o tsunami japonês), um vírus misterioso em 2020 (a pandemia de Covid) e até a previsão de um novo surto em 2030.

Coincidência? Talvez. Sensacionalismo? Também. A cada vez que o mundo passa por uma tragédia, alguém corre para resgatar as páginas do mangá como se fosse Nostradamus versão anime.

No fim das contas, previsões têm esse encanto: nos fazem rir, pensar, especular. Mas ninguém deve organizar a vida — nem a escalação da Seleção — com base nelas. Se Neymar levantar a taça em 2026, ótimo: Rogério de Ogum será celebrado como gênio. Se não, entrará para a mesma lista de quem errou em 2014 e de quem jura que vem outra pandemia em 2030.

É o destino dos feiticeiros modernos: acertar de vez em quando, errar com frequência, e sempre, sempre, render boas histórias.

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