A Globo continua o seu “vai e vem” com Galvão Bueno. Após “aposentá-lo” em 2022, e depois “desaposentá-lo” em 2024 – chamando-o para um “frila” nos Jogos Olímpicos de Paris – a emissora decidiu que o melhor narrador esportivo do Brasil não seguirá na emissora em 2025.
A informação do site F5 é que Galvão terá um ou outro projeto na Globo, mas nada a ver com narrações de eventos. Um desses projetos é o desafio de comandar um reality show com o objetivo de encontrar um novo narrador para a Globo. Ele estará na atração ao lado da jornalista Karine Alves.
Quem imaginou, por exemplo, que a Globo iria levar Galvão de volta para comandar a Fórmula-1 (que deve retornar à emissora no ano que vem), errou em seus prognósticos. As narrações das corridas serão entregues a Everaldo Marques.
Lembrei de uma entrevista que Galvão deu à revista Veja em 2022, na qual soltou uma espécie de desabafo: “Meu time inteiro foi para a Band transmitir a Fórmula 1 e eu fiquei só”. Ou seja, agora o “time do Galvão” pode até voltar para a Globo, mas ele, não.
O que se diz é que a decisão foi tomada em comum acordo e que Galvão, a partir de agora, vai dedicar-se mais ao seu Canal GB, no YouTube.
Vale lembrar que Galvão, aos 74 anos, além de ainda ser o mais influente jornalista esportivo do Brasil, é produtor de vinhos e possui uma vinícola na região de Montalcino, na Itália, e outra na Campanha Gaúcha. Ele dedicou os últimos 14 anos de sua vida investindo na sua paixão por vinhos, mas sabe-se que o negócio ainda não deu a ele a rentabilidade esperada. Muito pelo contrário.
Outro motivo
E, ainda em relação à sua saída definitiva da TV Globo, há quem levante outro motivo para essa posição da emissora. Teria sido por causa de sua participação nos Jogos de Paris, especialmente na solenidade de abertura, quando deveria apenas fazer uma participação na transmissão, com comentários esporádicos. Luiz Roberto seria o narrador principal, mas ao colocar as duas figuras no ar, a Globo percebeu que Galvão pegou para si a tarefa de trazer emoção e informação a cada lance que ia se desenrolando no Rio Sena.
É lógico que ninguém admitirá isso publicamente, mas que foi um constrangimento, foi.
Por fim, há a questão financeira. Atualmente, os maiores salários dos narradores esportivos são, nesta ordem, de Luiz Roberto (R$ 800 mil), Gustavo Villani (R$ 250 mil) e Cléber Machado (R$ 200 mil).
Galvão, no auge, chegou a ter um contracheque de R$ 5 milhões na Globo.
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