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Empate sem alma deixa o Corinthians pressionado para a decisão no Maracanã

Memphis Depay, o jogador mais lúcido do time, aquele capaz de resolver uma partida em uma jogada isolada, foi substituído no segundo tempo

Marcondes Brito

18/12/2025 5h36

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A primeira partida da final da Copa do Brasil, disputada na noite desta quarta-feira, terminou em um empate sem gols que teve gosto de frustração — especialmente para o Corinthians. Jogando em casa, na Neo Química Arena, empurrado por mais de 40 mil torcedores e embalado por boas atuações ao longo da competição, o time alvinegro esperava abrir alguma vantagem para levar ao Rio de Janeiro com um mínimo de tranquilidade. Não conseguiu. Pior: fez um dos jogos mais pobres da temporada.

Foi uma atuação decepcionante em todos os sentidos. O Corinthians teve dificuldades para criar, abusou dos erros técnicos, mostrou lentidão na transição e praticamente não conseguiu impor pressão sobre o adversário. Para a torcida, que compareceu em peso esperando uma noite histórica, sobrou irritação. Para Dorival Júnior, o cenário foi ainda mais delicado.

O técnico, conhecido como “Mr. Copa do Brasil” por já ter conquistado o torneio três vezes, tomou a decisão que virou o centro da discussão após o apito final. Memphis Depay, o jogador mais lúcido do time, aquele capaz de resolver uma partida em uma jogada isolada, foi substituído no segundo tempo. É verdade que o holandês dá sinais de desgaste físico neste fim de temporada, mas também era evidente que ele era quem mais oferecia risco ao adversário.

A substituição não passou despercebida. Memphis deixou o campo revoltado, chutando garrafas à beira do gramado, visivelmente contrariado. Nas arquibancadas, a reação foi imediata: a torcida passou a xingar Dorival até o fim da partida. Nas redes sociais, a crítica se espalhou com ainda mais força, colocando em xeque a decisão do treinador em um jogo que pedia ousadia, não cautela.

O empate mantém a final completamente aberta, é verdade. No futebol, 0 a 0 no primeiro jogo não define nada. O duelo decisivo no Maracanã tende a ser tão equilibrado quanto o primeiro. Qualquer um pode levantar a taça. Mas também é inegável que o ambiente do Corinthians saiu desta partida mais pesado do que entrou.

O melhor jogador do time saiu inconformado, a torcida deixou o estádio irritada, e o clima nos bastidores — ainda que ninguém admita publicamente — pesa. Em finais, detalhes fora de campo muitas vezes fazem a diferença, e Dorival, com toda a sua mística copeira, colocou essa aura à prova.

Se houve algum ganho concreto para o Corinthians nesta primeira decisão, ele foi financeiro. A Neo Química Arena esteve completamente lotada e registrou a maior arrecadação de sua história: cerca de R$ 5,5 milhões. Para um clube que enfrenta dificuldades de caixa, é um alívio. Mas dinheiro não resolve final.

No Rio de Janeiro, o cenário será ainda mais desafiador. O Vasco já esgotou todos os ingressos para o segundo jogo no Maracanã e deve superar o Corinthians também nas arquibancadas. Resta saber se conseguirá fazer o mesmo com a bola rolando.

Para Dorival Júnior, será o jogo da vida. Ou ele reafirma sua fama de especialista em Copa do Brasil, ou corre o risco de ver sua mística ruir justamente quando mais precisava dela.

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