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Como a Cazé TV engoliu o canal do Galvão e virou uma ameaça até para a Globo

A emissora do streamer Casimiro Miguel deu mais um show de transmissão e de audiência nos Jogos Olímpicos de Paris

Marcondes Brito

12/08/2024 6h37

cazé tv

Reprodução

Quando a Cazé TV surgiu, em 2022, muitos pensavam que era apenas mais um canal – como tantos outros do YouTube – com prazo de validade para cair no esquecimento. Pois a Cazé TV, que acabou de dar um show de transmissão e de audiência nos Jogos Olímpicos de Paris, virou um verdadeiro case de sucesso.

Em pouco mais de dois anos a plataforma do streamer Casimiro Miguel engoliu o Canal GB, o canal do narrador Galvão Bueno, que também planejou seguir num voo solo. Agora, por incrível que pareça, a Cazé TV virou uma ameaça real também para a Rede Globo, algo que nenhuma emissora da TV aberta conseguiu chegar perto.

Depois do estrondoso sucesso na Copa do Catar, onde bateu recordes de audiência nos jogos da Seleção (média de 5 milhões de visualizações por partida), o canal atingiu mascas extraordinárias neste segundo semestre, com as transmissões da fase final da Eurocopa e dos Jogos Olímpicos. Em Paris, só nos primeiros dias do evento, registrou mais de 500 milhões de visualizações no YouTube, onde já ostenta 14,7 milhões de inscritos. Esse número equivale a um em cada quatro brasileiros assistindo a sua programação.

É lógico que a consequência financeira foi imediata. Entre os seus patrocinadores estão empresas como Havaianas, iFood, Mercado Livre, Samsung e Volkswagen que despejam milhões de reais no canal.

Ressalte-se que, para atingir resultados tão expressivos, a Cazé TV teve  a sorte de associar-se a um parceiro importantíssimo: a LiveMode, uma empresa de mídia e marketing esportivo brasileira, que, dentre outros direitos de transmissão, gerencia competições da Fifa.

E qual é o diferencial da Cazé TV?  Certamente é a sua linguagem e a sua ousadia em formatos e modelos. Com essa estratégia, o canal se aproxima do popular, mas tudo que uma marca quer é chegar a todos os públicos. Só assim foi possível competir com a Globo que sempre se achou  a “dona do pedaço”.

Quanto ao Canal GB, ele começou em 2022 com a transmissão do amistoso Brasil x Marrocos, que lhe rendeu quase 10 milhões de visualizações. Parecia promissor, mas faltou “combustível” (leia-se: faltou dinheiro para comprar eventos).

Numa entrevista que deu ao programa Roda Viva, da TV Cultura, Galvão Bueno disse que teve que diminuir o ritmo por causa do seu vínculo com a Globo. O fato é que ele foi muito pouco ousado. Além daquele amistoso da Seleção, o Canal GB limitou-se a transmitir apenas algumas provas de Stock Car, esporte que interessa a meia dúzia de espectadores. 

Além de tudo isso, é preciso lembrar que, no momento em que o GB foi lançado, o insuspeito Casimiro Miguel, concorrente direto de Galvão, do nada mandou esse recado pra ele:

“Pô, Galvão Bueno”- disse Cazé, na época  – “é para você diretamente essa mensagem. Canal do GB? Com todo respeito, alguém contou para você que isso é jovem, moderno. Porra, é uma merda esse nome, Galvão. Tu é o Galvão Bueno, Canal do Galvão. O Galvão é pica, só que às vezes chega uma galera e fala para fazer um ‘bagulho diferente’. Mas você é o Galvão Bueno, pô. GB? De repente, o vulgo dele é GB. Fica minha indignação só a isso, minha reclamação”.

Portanto, não foi por falta de aviso.

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A coluna Futebol Etc na edição impressa do Jornal de Brasília, nesta segunda-feira (12/8)

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