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Brasil terá grupo com Escócia, Marrocos e Haiti na Copa de 2026, com desafios desde a largada

O Brasil, que ainda vive uma fase de reconstrução depois do ciclo traumático iniciado após a Copa de 2022, chega desafiado, mas inevitavelmente tratado como candidato

Marcondes Brito

05/12/2025 16h23

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Escócia, Marrocos e Haiti. Esses são os primeiros obstáculos da Seleção Brasileira na Copa do Mundo de 2026, sorteados nesta sexta-feira nos Estados Unidos. Um grupo que pode ser classificado como mediano, sem gigantes históricos europeus ou sul-americanos, mas longe de ser um caminho fácil. Marrocos, hoje em torno da 11ª colocação no ranking da FIFA, representa a força emergente do futebol africano, com organização tática, intensidade e jogadores espalhados pelos principais clubes da Europa. A Escócia, por sua vez, na casa da 36ª posição, carrega a tradicional escola europeia de jogo físico, defensivo e competitivo, sempre indigesta em torneios curtos. Já o Haiti, mais frágil tecnicamente, figurando próximo do 79º lugar no ranking, completa o grupo como a seleção menos estruturada.

O Brasil estreia na Copa do Mundo de 2026 no dia 13 de junho, um sábado, contra o Marrocos. A segunda partida será no dia 19 de junho, sexta-feira, diante do Haiti, e o encerramento da fase de grupos acontece no dia 24 de junho, quarta-feira, contra a Escócia.

Com a definição dos grupos, ficou estabelecido que a Seleção atuará na costa leste dos Estados Unidos na primeira fase, decisão que não agradou à comissão técnica, que preferia se fixar na costa oeste. A estreia será em Boston ou Nova York, a segunda rodada ocorre em Boston ou na Filadélfia, e o último jogo do Brasil na fase de grupos será disputado em Atlanta ou Miami.

Em construção

O Brasil, que ainda vive uma fase de reconstrução depois do ciclo traumático iniciado após a Copa de 2022, chega desafiado, mas inevitavelmente tratado como candidato. São cinco estrelas no peito — um peso simbólico que nenhuma outra seleção carrega. Mesmo em meio a trocas sucessivas de treinadores, crises internas e questionamentos técnicos, a Seleção continua sendo colocada no rol dos favoritos. E isso não é apenas soberba histórica: é tradição, camisa, elenco e a capacidade única que o Brasil tem de crescer quando a Copa começa.

A desconfiança atual lembra outros momentos da história. A Seleção de 1970, considerada por muitos a melhor de todos os tempos, com Pelé, Tostão, Rivellino e Gérson, também saiu desacreditada. Houve período em que Pelé foi reserva em amistosos, tamanha a pressão. O ambiente de hoje guarda semelhanças: críticas, incertezas, um país desconfiado. A chegada de Carlo Ancelotti trouxe serenidade, devolveu organização ao ambiente e recuperou parte da respeitabilidade, mas o desempenho em campo ainda carrega interrogações. Mesmo assim, em Copa do Mundo, o Brasil aprende a ser Brasil de novo.

Chamou atenção, durante a transmissão do sorteio, a obsessão de muitos analistas brasileiros por um “grupo ideal”, quase sempre aquele que ofereça o menor risco possível. A sensação é de que parte da imprensa e da torcida quer moleza. Como se fosse aceitável sonhar com um Mundial enfrentando apenas seleções do nível do Haiti. Só que a Copa mudou. O futebol mudou. E ser campeão do mundo, mais do que nunca, exige vencer qualquer adversário, em qualquer contexto. Quem quer o hexa precisa estar pronto para ganhar de Marrocos, de Escócia, ou de quem aparecer no caminho.

O grupo do Brasil não é uma armadilha clássica, mas também está longe de ser protocolar. Exige atenção, maturidade e evolução rápida de uma equipe que ainda está em construção. O favoritismo histórico continua existindo. A convicção cega, não.

O que muda na Copa de 2026 em relação às anteriores

A Copa do Mundo de 2026 marca uma mudança profunda no formato da competição. Pela primeira vez, o torneio terá 48 seleções, ampliando o número de jogos, o desgaste físico e a exigência de regularidade ao longo de toda a disputa.

No formato antigo, vigente até 2022, uma seleção precisava disputar no máximo 7 partidas para levantar a taça: três na fase de grupos e quatro no mata-mata, começando diretamente nas oitavas de final.

A partir de 2026, o caminho até o título será mais longo:

• As 48 seleções serão divididas em 12 grupos com 4 equipes.

• Cada seleção continuará jogando 3 partidas na fase de grupos.

• Avançam ao mata-mata os dois melhores de cada grupo (24 seleções) e os oito melhores terceiros colocados, totalizando 32 equipes.

• O mata-mata passa a começar nos 16 avos de final, e não mais diretamente nas oitavas.

Na prática, isso significa que uma seleção que chegar à final agora terá que disputar 8 jogos para ser campeã — um a mais do que no formato tradicional. Um detalhe que parece pequeno, mas que muda completamente o planejamento físico, tático e emocional das equipes.

Veja os grupos da Copa:

Grupo A:

  • México
  • África do Sul
  • Coreia do Sul
  • Repescagem Europa D (Dinamarca, Macedônia do Norte, Tchéquia ou Irlanda)

Grupo B:

  • Canadá
  • Repescagem Europa A (País de Gales, Itália, Bósnia ou Irlanda do Norte)
  • Catar
  • Suíça

Grupo C:

  • Brasil
  • Marrocos
  • Haiti
  • Escócia

Grupo D:

  • Estados Unidos
  • Paraguai
  • Austrália
  • Repescagem Europa C (Turquia, Romênia, Eslováquia ou Kosovo)

Grupo E:

  • Alemanha
  • Curaçao
  • Costa do Marfim
  • Equador

Grupo F:

  • Holanda
  • Japão
  • Repescagem da Europa B (Ucrânia, Suécia, Polônia ou Albânia)
  • Tunísia

Grupo G:

  • Bélgica
  • Egito
  • Irã
  • Nova Zelândia

Grupo H:

  • Espanha
  • Cabo Verde
  • Arábia Saudita
  • Uruguai

Grupo I:

  • França
  • Senegal
  • Repescagem Mundial 2 (Iraque, Bolívia ou Suriname)
  • Noruega

Grupo J:

  • Argentina
  • Argélia
  • Áustria
  • Jordânia

Grupo K:

  • Portugal
  • Repescagem Mundial (RD Congo, Jamaica ou Nova Caledônia)
  • Uzbequistão
  • Colômbia

Grupo L:

  • Inglaterra
  • Croácia
  • Panamá
  • Gana

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