Vinícius Jr. foi claramente sacaneado pela France Football. Na semana passada, uma pesquisa feita pela própria revista deu ao brasileiro mais de 60% dos votos dos internautas, contra 11% para Belligham e apenas 8% para Rodri – o ganhador do troféu nesta segunda-feira (28).
Existe na Europa uma resistência a Vini Jr, especialmente por causa de sua luta contra o racismo. Na cabeça dos cartolas europeus, esse menino preto que nasceu pobre, em São Gonçalo-RJ, não teria nada que viver reclamando dos insultos que sofre em todas as rodadas de LaLiga. Mas Vini Jr tem uma personalidade enorme e tem coragem para enfrentar o sistema. Por isso tiraram-lhe a Bola de Ouro.
Não importa o seu desempenho com a camisa do Real Madrid. Não importa que tenha sido o melhor jogador da Champions League na temporada 2023/24. Dane-se o futebol.
O jornal Sport atribuiu a derrota de Vinícius ao seu comportamento dentro de campo, como provocações a adversários e torcedores. Ao longo de sua jornada na Espanha, o craque merengue sofreu com perseguições racistas, principalmente em estádios adversários.
“Aqui, Vinícius tem muito o que aprender. Seus contínuos protestos e provocações, atos repreensíveis em campo e a sensação de que não está a aprender certamente lhe tiraram os votos. O futebol terá vencido e os valores também. É uma ótima notícia para o futebol e seus profissionais. É acima de tudo uma lição para Vinícius aprender a se comportar melhor e respeitar os rivais. Não se trata apenas de vencer”, disse, na maior cara de pau, o periodista espanhol Luis Miguelsanz.
Neymar, outra vítima
Fizeram a mesma coisa Com Neymar, em 2014/15, temporada em que jogou muito mais bola pelo Barcelona do que Messi e Cristiano Ronaldo, juntos. Foi o artilheiro da Champions League e conquistou o pentacampeonato do torneio.
Entre 2013 e 2017, Neymar conquistou oito títulos: Mundial de Clubes, Champions League, Campeonato Espanhol (2x), Copa do Rei (3x), Supercopa da Espanha.
Acabou ficando em terceiro lugar na Bola de Ouro em 2015. Um dia deram-lhe o Prêmio Puskás, pelo gol que marcou pelo Santos, contra o Flamengo.
Se hoje o preconceito com Vinicius é nitidamente racial, com Neymar, quase uma década atrás, era comportamental. Aquele atleta baladeiro, jogador de poker, envolvido com todo tipo de polêmica nas redes sociais, não mereceria ter o seu valor reconhecido pelo sistema que controla o futebol. Foi isso, aliás, que a mídia cretina da Espanha deixou claro quando diisse que “não se trata apenas de vencer”.
Com mais esse boicote a um brasileiro, a Bola de Ouro conseguiu perder um pouco mais de sua credibilidade. Lembre-se que no ano passado deram o prêmio a Messi, que estava praticamente brincando na Disney com os seus filhos, usando a camisa cor de rosa do Inter Miami.
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