Com o avanço das investigações da operação “Penalidade Máxima”, deflagrada pelo Ministério Público de Goiás, a sociedade finalmente está começando a compreender que as casas de apostas – ao contrário do que os menos informados poderiam supor – são na verdade as maiores vítimas desse escândalo.
Dezenas de atletas brasileiros, alguns da Série A, estão sofrendo punições pesadas, que vão desde longos períodos de suspensão, até o banimento da profissão.
E, na medida em que os verdadeiros culpados vão sendo identificados e punidos, é possível perceber claramente que – se as manipulações são cometidas principalmente por terceiros – é totalmente fora de propósito vincular as casas de apostas a qualquer desses ilícitos
As casas de apostas não estão diretamente vinculadas às manipulações — nem ao evento esportivo em si, aos atletas, aos dirigentes ou a outras pessoas ligadas ao evento –, para alterar resultados e assim auferir lucros, como enfatiza Mariana Chamelette, especialista em direito desportivo do Aposta Legal Brasil e vice-presidente do Instituto Brasileiro de Direito Desportivo (IBDD):
“Em sentido contrário do que o senso comum prega, as casas de apostas são grandes interessadas em um esporte íntegro e imprevisível. Afinal, o prejuízo econômico é diretamente suportado por elas. A regulamentação vai ser benéfica para garantir a integridade do jogo e um mercado mais protegido e adequado tanto para os stakeholders do esporte quanto para casas de aposta e apostadores”, ressalta.
Deduz-se, portanto, que os escândalos recentes só reafirmaram a urgente necessidade de o Congresso Nacional regulamentar as apostas esportivas, o que, certamente, tornará esse tipo de corrupção menos recorrente.
Parceiro da coluna, o portal Aposta Legal Brasil vêm acompanhando de perto esse processo. Veja mais.
A imagem do esporte
Muito além das investigações e da identificação dos verdadeiros culpados, o esquema de manipulação de resultados pode afetar, acima de tudo, a própria imagem do desporto mundial.
A credibilidade do esporte, especialmente do futebol, estará sempre em risco se não houver a certeza de que ele está sendo praticado com lisura e transparência. Esse é o tipo de crime que não deve ser tolerado.
Apostadores de boa fé – que felizmente são a maioria nesse universo – confiam na integridade das competições esportivas. Esses incidentes ressaltam a importância de medidas de segurança e vigilância para proteger a integridade dos eventos esportivos e a confiança do público.
A punição exemplar para um crime – como o caso dessa canalhice protagonizada por alguns jogadores de futebol – deve ser aplicada porque, mais do que nunca, há a necessidade de desencorajar a repetição de comportamentos semelhantes.
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