Neste início da temporada de 2025, o futebol brasileiro testemunha uma presença massiva de casas de apostas como patrocinadoras principais. Dos 20 clubes que compõem a Série A do Brasileirão, 18 exibem marcas de apostas em seus uniformes, representando 95% das equipes na elite do futebol nacional.
Esse cenário levanta uma questão importante: como esses times sobreviviam antes da chegada das “bets” ao Brasil? Onde foram parar os grandes patrocinadores de outros setores que até pouco tempo atrás investiam pesado no futebol? A dependência quase absoluta das casas de apostas esportivas escancara a crise financeira dos clubes, a falta de interesse de empresas tradicionais e a crescente influência desse mercado no esporte nacional.
O fato é que, dos 20 times da Série A que dependem das “bets”, até o momento as exceções são o Red Bull Bragantino, que mantém a Red Bull como patrocinador máster, e o Mirassol, patrocinado pelo Guaraná Poty.
Vale lembrar que em 2024, essas empresas investiram mais de R$ 550 milhões em patrocínios máster na Série A, e a projeção para 2025 é que esse valor ultrapasse R$ 600 milhões. A Associação Nacional de Jogos e Loterias (ANJL) estima que o investimento total em patrocínios e publicidade no futebol brasileiro por parte das casas de apostas atinja R$ 2 bilhões neste ano, incluindo aportes em clubes, federações e campanhas publicitárias.
A entrada massiva dessas empresas no mercado brasileiro tem inflacionado os valores de patrocínio, tornando os clubes cada vez mais dependentes desse tipo de investimento.
Embora esses patrocínios representem uma fonte significativa de receita, a forte dependência das casas de apostas levanta preocupações sobre a sustentabilidade financeira dos clubes a longo prazo.
A pergunta que fica é esta: afinal de contas, será que essa bolha é sustentável ou o futebol brasileiro está preso a uma armadilha de curto prazo?
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