A última rodada da Série B entregou exatamente aquilo que o torcedor brasileiro espera: drama, instabilidade, surpresas e uma reviravolta que redesenha a elite do futebol nacional para 2026. O domingo foi daqueles que mudam a vida de clubes inteiros. No fim, Athletico, Coritiba, Chapecoense e, principalmente, o surpreendente Remo celebraram o acesso em uma rodada que ficará marcada pela imprevisibilidade.
O retorno conjunto dos dois gigantes paranaenses simboliza a força de projetos sólidos. Athletico e Coritiba, que viveram um 2024 traumático, mostraram o que estruturas bem montadas podem fazer na Série B. Subiram com autoridade e chegam à elite com reais condições de permanência. São a antítese do sobe e desce que vitimou Juventude, Sport e até o Santos, que pode voltar a cair apenas um ano após retornar.
A Chapecoense também vive um renascimento importante. Depois de temporadas lutando para apenas sobreviver, a equipe enfim volta à Série A com um projeto menos turbulento e um futebol mais competitivo. É um acesso que recompensa a reorganização silenciosa de um clube que já foi referência de gestão no Brasil.
Mas ninguém causou mais espanto do que o Remo. O clube paraense, ausente da elite desde 1994, virou o grande protagonista do campeonato. O trabalho de Marcos Braz, em seu primeiro ano na diretoria azulina, mudou completamente o ambiente no Mangueirão. A volta à Série A recoloca o Norte no mapa do futebol brasileiro e representa um dos acessos mais simbólicos das últimas décadas. É a comprovação de que, quando há foco e planejamento, mesmo um clube distante dos grandes centros consegue romper barreiras históricas.
Do outro lado do enredo estão Criciúma e Goiás, que começaram a rodada no G-4 e fracassaram. O Goiás, que liderou parte do campeonato, derreteu na reta final de maneira surpreendente. O Criciúma viveu um colapso psicológico quando mais importava. Dois exemplos claros de como a Série B exige não só futebol, mas nervos de aço, equilíbrio e capacidade de lidar com a pressão extrema.
Olhando para 2026, o torcedor encontra cenários bem distintos. Os clubes que subiram no ano passado já estão de volta à Série B ou flertam com o rebaixamento. Os que sobem agora parecem mais preparados. Athletico e Coritiba trazem estrutura e torcida; a Chapecoense retorna mais estável; e o Remo chega embalado, organizado e transformado em símbolo de resiliência. A nova elite terá um formato diferente, com a presença de um clube do Norte empurrado por um Mangueirão inflamado e uma dupla paranaense que promete ser competitiva desde o início.
A Série B de 2025 ficará lembrada pela combinação de tradição, caos e surpresa. Foi emocionante, foi intensa e, acima de tudo, mostrou que nenhum campeonato no Brasil entrega tanto drama quanto a Segundona.