Foi meio “sem querer” que o Congresso Nacional conseguiu um feito extraordinário para o futebol brasileiro: a união entre a Liga do Futebol Brasileiro (Libra) e a Liga Forte União (LFU), que fizeram na semana passada uma primeira reunião para tratar de uma unificação que parecia improvável e quase impossível.
Mas o que fizeram os nossos parlamentares? Eles simplesmente aprovaram o aumento de impostos das SAFs (Sociedades Anônimas do Futebol), passando os tributos de 5% para 8.5% em cima das receitas mensais. Agora, o projeto vai para sanção do presidente Lula.
A partir daí, aconteceu um encontro entre Marcelo Paz, CEO do Fortaleza e presidente da LFU, e Julio Casares, presidente do São Paulo e da Libra.
“Existe um diálogo e o desejo da unificação”, admitiu Marcelo Paz pela primeira vez.
A formação de uma única liga de futebol sempre foi o desejo dos clubes, mas que divergiram em assuntos econômicos e resultaram na criação dos dois diferentes blocos, assim distribuídos:
• Liga Forte União – Botafogo, Corinthians, Fortaleza, Cruzeiro, Internacional, Vasco, Juventude, Fluminense, Mirassol, Sport e Ceará.
• Libra – Atlético-MG, Bahia, Flamengo, Grêmio, Palmeiras, Red Bull Bragantino, São Paulo, Santos e Vitória.
Os representantes desses clubes divulgaram uma nota conjunta contra o aumento dos impostos, que, em síntese, diz o seguinte:
“Essa decisão do Congresso afasta investidores, prejudica projetos em curso, inclusive os bem-sucedidos, e gera impactos esportivos e econômicos significativos”
Outra demonstração de que o consenso é algo possível foi o início de entendimentos entre os cartolas da LFU com a Rede Globo, que, detém os direitos apenas dos clubes da Libra.
Toda essa movimentação pode suscitar um questionamento pertinente: quando será que a CBF vai se dar conta de que a união da Libra com a LFU pode representar um risco para a própria a sua soberania?
É evidente que as ligas de clubes podem ser uma ameaça para a CBF, que tem a marca do Brasileirão registrada no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) e o direito de exploração garantido por lei.
Nesse “jogo de xadrez” que estamos assistindo, por enquanto a CBF está calada, observando o movimento das peças, mas se, de repente, o sr Ednaldo Rodrigues se sentir como o “Rei da Inglaterra”? A qualquer momento ele pode, talvez, bater no peito e tentar mostrar quem é o verdadeiro dono da bola.
Não podemos duvidar de nada.
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