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Nova Lei do Gás divide setor, mas governo vê avanços na economia

Leandro Mazzini

10/08/2020 14h31

Foto: Panorama Offshore

O setor de exploração e produção de gás canalizado vive uma batalha com a Nova Lei do Gás. De um lado, o projeto vai tirar da Petrobras o monopólio, a fim de abrir o mercado e, esperam assim, baratear o produto na praça – desde o botijão até o gás industrial – em até 40%.

Em outra frente, congressistas ouvem reclamações da Abegás, ainda contrária ao projeto. Estes apontam na lei a ausência de solução para a construção de gasodutos, a fim de distribuir melhor o produto (hoje, 40% do gás explorado no país, em mar e terra, são reinjetados por falta de dutos.

Governistas indicam implicância da Abegás, de empresas que não querem a abertura do mercado. Enquanto estes atuais investidores do setor, na cadeia atual comandada pela Petrobras, querem mais garantias.

A Nova Lei do Gás é tão importante para o Governo alavancar a economia que o próprio presidente Jair Bolsonaro está envolvido na pauta. Vai a Aracaju na próxima segunda-feira (17), visitar uma termelétrica gerada a gás.

Defensor do projeto, o relator deputado Laércio Oliveira, que convidou Bolsonaro, ressalta que “produtos de limpeza, pisos, plásticos, vidros, fertilizantes e remédios necessitam do gás para sua produção”.

Outros dois poderosos envolvidos na pauta são o ministro da Economia, Paulo Guedes, e o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque. No bojo da Lei, além da quebra do monopólio de exploração da petroleira, há a venda de 51% do gasoduto Brasil-Bolívia.

O agronegócio pode ser um dos principais beneficiados com a esperada baixa do preço do gás. Segundo o deputado relator, envolve diretamente a produção e uso de fertilizantes nas plantações.

“Hoje, o Brasil importa mais de 80% de sua produção de fertilizantes, insumo fundamental para a agroindústria. Um dos motivos é o alto custo da produção de fertilizantes no Brasil, já que o custo do gás representa de 70 a 80% do custo do fertilizante dependendo da planta”, disse Laércio.

O mercado privado se mobilizou no apoio. Amanhã, entidades da indústria entregam ao relator manifesto de apoio ao relatório apresentado e já aprovado na Comissão temática.

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