Um velado acordo de deputados da base e oposição na CPI do CARF, na Câmara, está blindando de convocação os grandes industriais e banqueiros alvos da Polícia Federal na Operação Zelotes. Funciona assim: deputados contra o PT apresentam requerimento de convocação de Luís Cláudio Lula da Silva, alvo da Zelotes, em todas as sessões da comissão, e os aliados de Lula derrubam. Como são muitos pedidos, a fila não anda, e há seis sessões a pauta trava. A reunião termina antes da análise de outras convocações.
Patota unida
Os generais da tropa que blinda os enrolados banqueiros e empresários são Heráclito (PSB), Chinaglia (PT), Aleluia (DEM), Baldy (PSDB) e Sampaio (PSDB).
Os alvos
Na sessão de terça-feira, a CPI novamente não avaliou as convocações de André Gerdau, Luiz Trabuco (Bradesco), Joseph Safra, entre outros citados pela PF na Zelotes.
Multimarcas
Completam o rol de enrolados protegidos os executivos de empresas alvo da investigação como TIM, Hipermarcas, Santander, Hyundai-CAOA, Ford e BR Foods.
Data Venia, STF
Uma interessante proposta do senador Flexa Ribeiro (PSDB-PA) está na CCJ da Casa aguardando relator. O PL determina que, em caso de vaga aberta de ministro no STF, assume o cargo o decano do STJ. Vale lembrar que, para a vaga de Joaquim Barbosa, a presidente Dilma Rousseff demorou oito meses para escolher o substituto.
Ela vai
A presidente afastada Dilma Rousseff decidiu ir à comissão especial do impeachment no Senado para fazer sua própria defesa. Orientada por um amigo, ela vai chorar muito. O advogado José Eduardo Cardozo estará ao lado.
Barganha à Mesa
Quem disputa a presidência da Câmara diante da iminente cassação de Eduardo Cunha não pensa só em vitrine & prestígio. O futuro presidente negociará cargos e controle de importantes relatorias e comissões para o ano que vem.
Liberou geral
É tamanha a disputa para presidente-tampão da Câmara (estima-se mandato de agosto de 2016 até fevereiro de 2017) que até Manato, do baixo clero, tem pedido votos.
Ficha corrida
Todos, todos os mais de 900 indicados para cargos do segundo e terceiro escalões do Governo Temer são apadrinhados por deputados. Daí a demora. A ficha é corrida…
Língua solta
O PSC, que investiu na filiação de Jair Bolsonaro (RJ) para ser candidato ao Planalto em 2018, está em polvorosa. Como um partido cristão vai lançar um nome réu no STF por incitar o estupro? Pastor Everaldo, presidente do partido, ficou furioso.
Substituto
O primeiro efeito já resultou numa decisão do diretório do Rio, reduto do deputado, há semanas. O PSC vai lançar um filho de Bolsonaro à prefeitura, e não mais o deputado.
