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Eixe-se

Eixe-se com Chicco Aquino e Camila Jun

Um engenheiro florestal apaixonado por música, uma publicitária que cresceu rodeada de ritmos. A história de Chicco Aquino e Camila Jun tem arte, trabalho e muito amor.

Redação Jornal de Brasília

22/09/2020 11h01

Chicco Aquino e Camila Jun. Foto: Divulgação

Chicco Aquino e Camila Jun. Foto: Divulgação

Nascido em 1976, Chicco Aquino viveu uma geração de músicos de Brasília em meados dos anos 90, onde o cenário contribuía para uma musicalidade forte, independente e autoral. Engenheiro florestal por formação, já fez parte de bandas onde tocou baixo e percussão e realizou apresentações pela UNB, Chapada, CCBB, Teatro Nacional e Teatro da Caixa, e também fora da Capital.

Marcando presença e fazendo seu nome na cena alternativa de Brasília, Aquino relembra o Movimento Calango como um importante momento da sua carreira artística. O movimento era composto por bandas do cerrado: de rock, de músicas africanas, super influenciadas pela redescoberta da cultura brasileira do manguebeat, autorais, com características diferentes, e uma referência cultural misturada bem como Brasília é.

Apesar de já estar no cenário musical desde cedo, foi nos anos 2000, após um Festival chamado Recbeat no carnaval de Recife, que o olhar do Chicco para a música mudou quando ele viu que os DJ’s e a música eletrônica estavam tomando conta do espaço de outra forma, levando a programação para dentro dos shows. E então, ele decidiu produzir música eletrônica para compor com sua banda.

Sem aulas ou professor, de maneira autodidata, ele começou a investir e estudar isso, baixou programas, montou home Studio e começou a se preparar e trabalhar nos bastidores da música.

Chicco Aquino e Camila Jun. Foto: Divulgação

Paralelo ao término da sua graduação, fez sua primeira imersão em estúdio e produção musical. Logo em 2003, teve a primeira oportunidade de tocar como DJ e produzir o seu primeiro evento, que anos depois virou um festival brasiliense. O nome do evento era Puro Ritmo: diferente de muitas festas que estamos acostumados a ver, essa era voltada para uma ideia mais vanguarda, sem álcool, com consumo sustentável e consciente.

Coerente com as origens brasileiras, Chicco levava para sua banda muita influência das músicas africanas e indígenas resultando em um rock misturado com tribal. Mas se você acha que isso veio do nada, você está muito enganado. Com o pai antropólogo, Aquino fazia uma pesquisa de sons, e usou sua base para apresentar algo novo, aproveitando a época que originalidade e autenticidade eram as características mais valorizadas entre os artistas.

Juntamente com o lado artista, o DJ também se tornou produtor musical, ainda sem ter isso como profissão. “As coisas foram acontecendo de uma maneira natural. A arte foi me trazendo para dentro da produção, e com a produção eu fui tentando abraçar a arte”, Chicco Aquino.

Se você gosta de festas em Brasília, deduzimos que já frequentou a Makossa e a Mistura Fina. Assim como Chicco, que tinha na Makossa uma de suas festas favoritas como frequentador. Mas por ordem do destino, Aquino entrou para a produção do evento, e teve isso como divisor de águas ao começar a envolver mais pessoas, investir, e rentabilizar a partir de um dos eventos mais queridinhos da nossa capital.

Ambos brasilienses, enquanto Aquino crescia e aparecia no cenário da capital, Camila Jun, nascida em 1984, estava fazendo seu nome trabalhando com a comunicação. Publicitária por formação, e com a característica de realizar todo trabalho com ata performance, adquiriu um portfólio e currículo com grandes clientes e agências de comunicação.

Já o destino deles como casal, cabe em uma história a parte. Sempre estavam em vários lugares ao mesmo tempo, e mesmo sem se esbarrar, o universo parecia que já conspirava para esse encontro. Com a carreira de DJ crescendo, vários projetos rodando, e uma experiência no Canadá e em festivais fora do Brasil como o Burning Man, Chicco conheceu a Camila.

Chicco Aquino e Camila Jun. Foto: Divulgação

Ela, que ainda não tocava, sempre carregou uma sensibilidade, talento, afinidade e pesquisa musical, mostrou que não era só a comunicação que receberia resultados de extrema qualidade. Com um tio DJ e a família toda cantando e dançando. Todo aquele som raiz que a Makossa gosta de escutar parecia estar ali na casa dela, em pleno ritual de Natal.

Foi com o Chicco que ela teve seu primeiro contato com os equipamentos e parte mais técnica, e por já ter todo uma experiência com vários DJ’s, desde o primeiro momento, Aquino percebeu que a Camila iria se destacar.

No curso não foi diferente. De cara, o ouvido dela já parecia estar treinado e afiado, já começou a mixar, tinha referência, conhecia de música, já entendia que a música tem dois ritmos e começa a conseguir encaixar. Do dia que ela começou a estudar e tocou a primeira vez foi muito rápido e com uma qualidade que chamava a atenção, justamente por não ser de forma amadora.

“Eu não falo isso porque a Camila é minha namorada, minha companheira ou minha sócia. Eu falo isso pra todo mundo e falo desde o primeiro dia. Ela é diferenciada e muito talentosa em tudo que ela faz.”, Chicco.

Com estudo, aptidão, e talento em dobro, os dois renovaram o cenário da música eletrônica brasiliense e trouxeram uma nova proposta, nova identidade, nova empresa, e uma nova festa que já é aclamada por vários moradores e até visitantes da cidade: a Tônica, que acontece desde 2018, em uma vibe incrível, com um pôr do sol de tirar o folêgo.

Com uma musicalidade enraizada nos dois, não tinha como ser diferente, o casal de lá pra cá tocaram juntos em um dos réveillons mais badalados da cidade, e em outros eventos queridinhos como Pavilhão Luz e Bud Basement.

Com uma simbiose entre vida, trabalho e arte, e totalmente contra a mesmice e o comodismo, o casal já tem outros projetos e empresas juntos (que a gente já tá doida pra colocar aqui pra vocês! #spoiler).

Chicco Aquino e Camila Jun. Foto: Divulgação

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