Começa hoje a chamada Janela Partidária, período de quase 30 dias em que deputados e vereadores podem trocar livremente de partido sem correr risco de perder o mandato. Senadores têm a prerrogativa de mudar livremente a qualquer hora, mas muitos estão esperando esse período para sentir a temperatura. E após 2 de abril todos os que disputarão a eleição deste ano estarão presos à sua legenda do momento. No Distrito Federal haverá mudanças importantes. Dos três senadores, uma deverá trocar de legenda, a senadora Leila Barros. É possível que também o senador José Antonio Reguffe mude.
Deputados com malas prontas
Dos 24 distritais, ao menos sete devem mudar. Quatro até já fizeram anúncios oficiais. Existe a possibilidade de que esse número chegue a dez. Na Câmara dos Deputados, só quatro garantem que ficarão na legenda atual. Três devem trocar de partido e um ainda não se decidiu.
Consequências financeiras
Essas mudanças terão uma série de consequências. O tamanho das bancadas é responsável não só pelo tempo de rádio e televisão de cada partido, mas também pela distribuição dos fundos partidários. É verdade que esse cálculo leva em conta a bancada após a eleição, mas as novas dimensões tendem a se reproduzir mais tarde. O quadro deve mudar muito. A maior das bancadas, a União Brasil, enfrentará a debandada dos bolsonaristas para o PL, caminho da brasiliense Bia Kicis. Deve ficar com pouco mais da metade. O PT não muda e o PP da deputada Celina Leão também manterá a força. PSDB deve emagrecer bem e PSD é uma incógnita, assim como o Podemos. Para a esquerda, o terremoto virá com as federações partidárias, pois existe forte resistência das bancadas menores a serem absorvidas. É o caso do PSB, do PV, do Cidadania e de segmentos de partidos como o PCdoB.
Acenos para Moro e para Bolsonaro
Em busca de uma nova legenda, já que seu Partido Novo a excluiu da sua lista de candidatos, a distrital Julia Lucy (foto) fez um aceno ao ex-juiz Sérgio Moro, presidenciável do Podemos, e outro ao bolsonarismo da deputada Janaína Paschoal. Distribuiu um texto de Moro, condenando a posição do presidente Bolsonaro na guerra da Ucrânia. Moro disse que “Venezuela, Nicarágua e Cuba apoiam a agressão russa à Ucrânia e alinhados com essas ditaduras estão também Bolsonaro e o PT. Não apoiamos as guerras, a violência, as ditaduras e o autoritarismo”. A distrital então publicou um ataque a Moro feito pela deputada bolsonarista Janaína Paschoal, que o chamou de “infantil” e despreparado para governar.
Enfim Julia Lucy deu sua posição, com carinhos para ambos. Disse que “ficar neutro, perante uma injustiça é colaborar com a injustiça também”. Afinal, “para ele, que critica fortemente Bolsonaro e o PT, mais uma vez é a ideologia política prevalecendo sobre a realidade de uma guerra sangrenta e para ela, qualquer movimento político brusco pode jogar um país em uma guerra”. Só para lembrar, o Novo também tem seu presidenciável, o professor Luís Felipe D’Ávila.
Enfim, defesa da máscara
Negacionista, contrária à vacina e às medidas de prevenção contra a Covid, a deputada brasiliense Bia Kicis (foto) enfim fez propaganda da máscara. Postou, literalmente, a mensagem “Não esqueçam as máscaras”. Só se percebia o que ela quis dizer ao visualizar a foto e o complemento do texto: “É Carnaval”.
Hora de cuidar das capivaras
Terminado o Carnaval, começa uma pesquisa muito fofa. A partir desta semana, moradores das orlas Norte e Sul do Lago Paranoá estão sendo procurados responder um questionário com perguntas sobree seus contatos e conhecimentos sobre as capivaras, conhecidas como o maior roedor vivo do mundo e agora espalhadas pelo Distrito Federal, com uma população crescente. As entrevistas começam pelo Lago Norte e chegarão logo ao Lago Sul, em uma etapa-piloto para a identificação de necessidade de ajustes nas perguntas, que também poderão ser respondidas por um formulário na internet. A ação faz parte de um projeto de identificação e monitoramento da população de capivaras na orla do Lago Paranoá – Projeto Capivara, executado pela Secretaria de Meio Ambiente (Sema) em parceria com a Universidade Católica de Brasília e recursos do Fundo Único de Meio Ambiente do DF. O objetivo é mensurar a população desses animais, além de fazer um levantamento sobre as condições de saúde e identificar os locais de maior incidência da espécie. O trabalho tem duração de 12 meses, com prorrogação por até 60 dias.
Delegado não pode impedir porte de arma
É ilegal ato de delegado que limita o porte de arma aos servidores integrantes da polícia judicial do Tribunal de Justiça. Assim decidiu o juiz federal substituto Márcio de França Moreira, da 8ª vara do Distrito Federal, que considerou que a restrição ao órgão de atuação impede o pleno exercício das atividades dos servidores, uma vez que, quando devidamente autorizados, podem realizar suas atividades, inclusive, em todo o território nacional. A decisão foi feita em mandado de segurança impetrado pelo sindicato dos servidores do Poder Judiciário e Ministério Público contra um delegado que baixou ato administrativo para restringir o porte de arma funcional exclusivamente às dependências do Tribunal de Justiça do Distrito Federal, mesmo sendo garantido o porte em todo o território nacional, aos servidores elegíveis. O sindicato foi representado pela Ibaneis Advocacia e Consultoria, da qual o fundador e hoje governador Ibaneis Rocha está afastado.