O presidente do Tribunal de Contas do Distrito Federal, conselheiro Márcio Michel, abriu a sessão desta quarta-feira, 24, com a cobrança de garantias ao conselheiro André Clemente, que denunciou a suspeita de ameaças à sua vida.
Márcio Michel disse que o tribunal não está de olhos fechados. Encaminhou ofícios à comandante da Polícia Militar e ao diretor da Polícias Civil pedindo mais urgência nas investigações de sabotagem da moto de Clemente e também garantias públicas.
O presidente anunciou ainda que o Núcleo de Inteligência do Tribunal estará em contato com os núcleos das polícias militar e civis para fazer vigilância no apartamento do conselheiro, garantindo a tranquilidade de todos.
“Este tribunal não ficará de joelhos diante de ameaça a qualquer de seus funcionários e não terá sua independência arranhada”, completou.
Sabotagem no freio de moto
Vice-presidente do Tribunal de Contas do Distrito Federal, o conselheiro André Clemente registrou uma ocorrência de sabotagem em sua moto e afirmou ter medo de que a vida dele esteja em risco.

No boletim de ocorrência, André Clemente denunciou suspeita de que essa sabotagem tenha ocorrido no freio de sua moto, uma Ducati Panigale V4S, cuja velocidade pode chegar até a 300 km/h. Uma perda de óleo ameaçaria impedir a frenagem e, se a moto estivesse em velocidade maior, um acidente fatal seria mais do que provável.
“Temo que a minha vida esteja em risco. Provavelmente alguém utilizado como fantoche por algum grupo político que teve seus interesses escusos contrariados. Não me intimidarei no exercício da minha missão institucional. Confio na investigação a cargo das autoridades”, disse Clemente. O conselheiro também contou ter percebido que estava sendo seguido por um carro anteriormente.
Sabotagem é identificada em vistoria no Detran
No boletim de ocorrência, registrado na 3ª Delegacia de Polícia (Cruzeiro), em 2 de julho André Clemente conta que na manhã de 27 de junho, ao se dirigir ao Detran do SIA, percebeu vazamento de óleo de freio via painel da moto.
Procurou a concessionária que constataram vazamento de óleo de freio e que a tampa do reservatório estava solta.
Deixou a moto para reparo e, percebendo que poderia ser sabotagem, lembrou-se de que havia sido seguido por um veículo não identificado.
Ligou esse fato à probabilidade de que a alteração na tampa poderia ser proposital, pois seria necessária a remoção de vários parafusos – e nesse caso poderia ser uma ação contra sua vida. Por isso resolveu registrar a ocorrência.
O conselheiro disse à PCDF que o único tempo em que moto ficou exposta, foi o período em que estava estacionada em local público, na frente de uma academia do Sudoeste, entre os dias 24 e 27 de junho.