O distrital Daniel de Castro apresentou projeto de lei para proibir o uso da chamada “linguagem neutra” no Distrito Federal. Diz que se trata, antes de mais nada, de uma homenagem à língua portuguesa e à sua beleza.
A verdade, comenta, é que a “linguagem neutra” não existe. As línguas são construídas naturalmente, pelo uso consagrado pelo conjunto da população e, a partir daí, pelas regras consolidadas por instituições como a Academia Brasileira de Letras – que lembra, já se pronunciou contra inovações inventadas.
É o que garante solidez à comunicação ao longo do tempo. E a “linguagem neutra” não pertence a essa linguagem natural, constituindo assim uma tentativa de normalizar o que é uma língua artificial, laboratorial.
Alcance político
O problema, na verdade, é mais amplo. O pastor Daniel de Castro não ignora que existe aí uma dimensão política. A turma do “todes” é uma minoria que quer impor suas convicções à maioria.
“Até parece que a maioria é que está errada”, ironiza o distrital. Para ele, em termos de língua “não pode haver ações casuísticas, impondo interesses minoritários, segmentados”.
O projeto visa, assim, proibir o uso público, oficial, da “linguagem neutra”. Daniel de Castro resume: “que os defensores dessa prática a utilizem entre si é uma coisa, mas não poderão impô-la, empregando-a em sala de aula, em cardápio de restaurante, e muito menos no uso oficial”.