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Do Alto da Torre
Do Alto da Torre

Sinais de paz no Encontro Nacional do PT

Encontro Nacional marca recondução de lideranças, foco em soberania e desafios para o futuro do partido

Eduardo Brito

04/08/2025 19h45

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Reprodução/Youtube

Avaliação do ex-deputado Geraldo Magela, reconduzido à direção nacional do PT: o encontro nacional do partido, ocorrido neste final de semana no Distrito Federal, se fez no espírito da maior unidade possível. Até o presidente Lula mostrou-se conciliador e reforçou ao máximo o novo presidente nacional, Edinho Silva, que abertamente aposta no poder de articulação com outros partidos. O próprio Lula evitou falar na impossibilidade de alianças com vistas à eleição do ano que vem. Os sinais de amenidade foram tão significativos que, na discussão da política econômica adotada pelo governo Lula, até há pouco um frequente ponto de fortes atritos internos, houve relativa pacificação. Pelos cálculos de Magela, as versões mais radicais sobre a política econômica mal chegaram a uns 10% dos debates. Quanto aos demais 90%, houve tranquilidade, senão apoio.

Agenda da soberania ganha espaço

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Reprodução/Youtube

Um dos mais tietados do evento, o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu disse que o encontro se voltou para a agenda da soberania por causa das medidas dos Estados Unidos. “A soberania nacional foi atacada, a independência do Poder Judiciário brasileiro foi atacada e é hora de unir o Brasil em torno do governo do presidente Lula. Defender o Estado Democrático de Direito, defender a soberania nacional. Então, o encontro, evidentemente, se voltou para essa agenda do tarifaço, para a agenda da não anistia”, declarou. José Dirceu foi, inclusive, citado por Lula logo no início do evento: o presidente do partido lembrou os demais fundadores do PT, como o ex-deputado Airton Soares e o ex-governador Olívio Dutra, para mostrar como são poucos os que ainda estão vivos, como o próprio Lula. Claro, Dirceu foi o mais aplaudido dos citados. Depois do tarifaço, Lula tem usado a bandeira verde e amarela em atos pelo Brasil em uma tentativa de desassociar o símbolo do bolsonarismo. É a retomada de um movimento de 2022, depois da vitória eleitoral, em que o petista dizia que os brasileiros eram os únicos donos da bandeira nacional.

E depois de Lula?

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Reprodução/Youtube

O novo presidente nacional do partido, Edinho Silva, revelou ousadia ao ser provocado por uma questão permanente, mas que poucos ousam responder: como conduzir o partido quando Lula não estiver mais presente? Recém-empossado como presidente nacional do Partido dos Trabalhadores (PT), o ex-prefeito de Araraquara defendeu neste domingo (3) a necessidade de o partido se preparar para um futuro sem o presidente Luiz Inácio Lula da Silva como candidato. Segundo ele, não haverá um substituto com a mesma força eleitoral de Lula, e por isso o partido deve se fortalecer como projeto coletivo. “O substituto de Lula não será um nome, mas o PT. Ele nos deixa um legado, mas sabemos que sempre disputou eleições em momentos de crise. Após 2026, por direito ao descanso, não o teremos mais nas urnas”, afirmou Edinho durante o 17º Encontro Nacional do PT, em Brasília.

A vez de Brasília

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Reprodução/Youtube

De acordo com Geraldo Magela, que agora faz parte do colegiado nacional do partido, o PT brasiliense deve se reunir em meados de agosto para definir sua postura diante da sucessão. Tudo indica que deverá haver prévia para a escolha do candidato petista, já que o ex-deputado Leandro Grass, que disputou a eleição passada pela federação PV (seu partido)-PT-PCdoB, mudou de legenda e se transferiu ao PT na esperança de ser escolhido novamente. Uma das questões a serem definidas – foram inclusive mencionadas na reunião nacional – estava justamente na política de federações que o partido deve adotar. O Encontro Nacional do PT, assim como o colegiado nacional, são numerosos justamente por ter sido o primeiro partido a adotar a paridade entre mulheres e homens na direção partidária, instituindo as cotas, desafiando preconceitos, incorporou desde o início a luta por igualdade racial e contra o racismo, assim como as pautas da luta LGBT por liberdade de orientação sexual e o combate à homofobia.

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