
Ainda incluindo o Distrito Federal, uma batalha judicial pode ajudar no redesenho das forças de centro-esquerda. A guerra interna no Cidadania entre aliados potenciais do PSDB e adversários do acordo entre as duas forças foi parar no Supremo Tribunal Federal. O novo relator do processo que redefinirá o comando do partido entre Roberto Freire, seu ex-presidente nacional que conduziu o Cidadania a se federar aos tucanos, e o atual controlador Comte Bittencourt (ambos na foto), que quer se aproximar de Lula. A federação se dissolverá em março do ano que vem.
No Distrito Federal, a principal força eleitoral é o ex-governador e ex-senador Cristovam Buarque, candidato a deputado federal com reconhecidas chances. Cristovam nunca escondeu sua opinião de que a federação com os tucanos foi um erro e defende uma coligação com o PSB.
As repercussões na política local são evidentes: o PSB já tem um candidato próprio ao Buriti, o ex-interventor Ricardo Cappelli, que espera um gesto do próprio presidente Lula no sentido de impor seu nome ao PT local. Por enquanto, porém, a situação está indefinida.
A batalha entre as duas forças do Cidadania – que tem cinco deputados federais e uma distrital dentro da federação com os tucanos – começou com vitória de Freire na Justiça local, mas de decisão favorável a Comte no Tribunal Superior Eleitoral. Agora a palavra está com Gilmar. O Cidadania, ex-PCB, pode ir para a esfera de Lula ou pode, eventualmente, reatar com Aécio e trazer seu peso histórico para colorir a centro-esquerda na tentativa de se redesenhar.