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Do Alto da Torre
Do Alto da Torre

Primeira federação

No Distrito Federal, o Cidadania perderá sua única senadora, Leila Barros, e sua única deputada federal, Paula Belmonte

Eduardo Brito

08/03/2022 5h00

Após a executiva nacional do PSDB confiar por unanimidade ao presidente Bruno Araújo poderes para definir a federação dos tucanos com o Cidadania, já se sabe qual será a primeira das entidades que substituirão as antigas figuras das coligações. PSDB e Cidadania estarão atrelados por quatro anos, o que terá efeito imediato nas eleições de 2022 e terremoto ainda maior nas municipais de 2026. Os dois entraram nisso meio a contragosto. O PSDB preferia engolir a maior fatia do Cidadania na Janela Partidária. O comando do Cidadania não tem a menor simpatia pelo atual comandante tucano João Dória. Se fosse José Serra ou mesmo FHC o clima seria outro. A repercussão entre as bancadas reflete esse clima. No Distrito Federal, o Cidadania perderá sua única senadora, Leila Barros, e sua única deputada federal, Paula Belmonte.

Mas basta fazer contas

O Cidadania tem hoje nove deputados, um deles licenciado como secretário no Rio de Janeiro. Dos demais, dois estavam com tudo pronto para aderir ao próprio PSDB, o que aliás ainda podem fazer. Outra deputada já confirmou a saída. E é bastante possível que o mesmo acontecesse com vários dos cinco restantes, não viesse aí a federação. Em outras palavras, seria praticamente impossível ao Cidadania ultrapassar a cláusula de barreira.

Fazendo contas

Reunião entre o ex-deputado federal Ronaldo Fonseca e o atual distrital Reginaldo Veras deixou em aberto o futuro político de ambos. Em Arniqueiras (foto), o distrital dividiu uma rabada com o ex-deputado federal e ex-ministro Ronaldo Fonseca, fortíssimo entre os evangélicos. A conversa serviu para uma avaliação das oportunidades partidárias, pois Veras é candidato a deputado federal e Ronaldo Fonseca também pode buscar a Câmara dos Deputados. São pequenas as chances, porém, de que sigam o mesmo rumo partidário.

Opção majoritária

Duas vezes deputado federal, pelo PR e depois pelo Podemos, Ronaldo Fonseca teria como rumo natural voltar à Câmara. Ainda existe uma possibilidade, porém, de concorrer a cargo majoritário, como governador ou vice. Fica a lembrança de que grupos evangélicos reivindicam a vice na chapa do atual governador Ibaneis Rocha. Um dos partidos que já convidaram o ex-deputado é justamente o MDB de Ibaneis. Além disso, ele tem convites do PP e do PL, ambos hoje ligados ao Buriti. Essas não seriam as opções de Reginaldo Veras, mas ambos concordam em um ponto: escolhas partidárias hoje, para quem tem voto, são menos ideológicas do que aritméticas.

Os números

Quem pretender eleger-se precisa ir para um partido ou uma federação partidária que possa conseguir um bom quociente eleitoral. No caso da Câmara dos Deputados, Reginaldo Veras acredita que não são mais de dez os candidatos hoje colocados que contem com mais de 50 mil votos, média capaz de garantir eleição. Mesmo assim precisarão estar em uma legenda que agregue.

Certezas

Reginaldo Veras tem duas certezas. Primeiro, será candidato a deputado federal, após seguidos mandatos de distrital. Não teria restrições a permanecer no PDT, mas – e é esta a segunda certeza – estará no campo progressista, “pois ninguém me chamará de incoerente”. E não vê no PDT chances de eleição de um federal. Já tem suas alternativas. Pode ser a Rede, que se coligará com o PSOL. E tem convites de PCdoB, PV e PSB, que preparam uma federação com o PT. Há ainda o Avante, do atual vice Paco Britto, mas este provavelmente estará no campo do governador Ibaneis, a quem Veras faz oposição.

Até renúncia na Câmara Legislativa

O distrital Guarda Jânio surpreendeu os colegas da Câmara Legislativa com sua renúncia ao mandato. Suplente em exercício, estava combinado que ele poderia ficar no cargo até o prazo máximo de desincompatibilização, quando retornaria o titular, o delegado Fernando Fernandes. Guarda Jânio alega que precisava de tempo para atender a questões familiares e para negociar seu futuro partidário. Em princípio, tanto ele quanto Fernandes irão para o Republicanos.

Mais trocas

No lugar de Guarda Jânio assume o segundo suplente Carlos Tabanez, que concorreu pelo mesmo partido dele, o Pros. Ficará menos de um mês no cargo. Também para trocar de partido, o também distrital Reginaldo Sardinha comunicou à Câmara que está deixando o Avante, partido do vice Paco Britto. Mantém seu destino em absoluto sigilo.

Preços dos combustíveis

O Congresso reabre nesta terça-feira, 8, com um dilema pela frente. Terá novamente de enfrentar medidas para impedir que o reajuste dos preços internacionais dos combustíveis seja repassado integralmente aos consumidores. Apesar da resistência da equipe do Ministério da Economia, o presidente Jair Bolsonaro comunicou que quer um subsídio a ser dado aos combustíveis pelo período de três meses. Bolsonaro pretende também que a redução nos preços beneficie não só o diesel, como consta de projetos em exame no Senado, mas também a gasolina e o gás de cozinha. Na verdade, até a Petrobras admite que é inviável repassar a alta que houve no mercado internacional. Pelo que imagina o Planalto, o valor de redução no preço do litro dos combustíveis deve superar muito os 30 centavos dados por Temer em 2018, ficando perto de 70 centavos.

Pode passar agora

O voto crucial pode ser dado ainda nesta terça ou na quarta-feira. É que estão na pauta do Senado duas propostas sobre essa questão, o projeto de Lei Complementar 11/2020 e o projeto de Lei 1.472/2021 estavam na pauta da semana que antecedeu o Carnaval, foram discutidos, mas não votados.Líder do PSDB, o senador brasiliense Izalci Lucas (foto) acredita que desta vez haverá aprovação. “Eu mesmo tinha restrições, mas diante da conjuntura, acho que vão passar”, avalia Izalci. Na verdade, no projeto e em emendas, já existem conteúdos que se aproximam do desejado pelo presidente da República. Izalci mostra, porém, que será necessário examinar o perfil do chamado Fundo de Flexibilização, e das mudanças no PIS-Cofins e no ICMS, que constitui receita dos estados e do Distrito Federal.

Constrangimento

A senadora brasiliense Leila Barros está indignada com os áudios, que considerou no mínimo “chocantes”, do deputado estadual Arthur do Val. “Como alguém sai do Brasil sob o pretexto de acompanhar a guerra é capaz de falar tantos absurdos? O tratamento dispensado às mulheres e aos pobres são lamentáveis”, comenta Leila. E de nada adiantaram as constrangidas explicações do deputado. Para a senadora, “as desculpas que ele deu não são suficientes para reparar tantas ofensas, pois é vergonhoso ver um parlamentar eleito com o voto de inúmeras mulheres tecer comentários tão baixos e misóginos”.

Dia Internacional da Mulher

Em um balanço de três anos de Câmara, a brasiliense Paula Belmonte se sente participante do Dia Internacional da Mulher. Como deputada federal, apresentou projetos para estender a licença-maternidade para mães de bebês prematuros, aplicar multas administrativas a agressores e garantir auxílio emergencial e atendimento adequado a mulheres vítimas de violência doméstica. “Fortalecer a mulher é dar mais estabilidade às famílias”, resumiu.

Nova cotovelada

O governador Ibaneis Rocha aproveitou os resultados do Banco de Brasília para dar uma nova cotovelada nos antecessores. “Na gestão anterior”, diz, ”o Banco de Brasília ocupava as páginas policiais. Hoje, a realidade é outra. O BRB passou a ocupar as manchetes econômicas e tem se tornado cada vez mais forte como banco da cidade”. Afinal, completa, “o BRB fechou 2021 com um crescimento de 35,2% em comparação com 2020. É o maior resultado da história do banco. Esse crescimento reflete a expansão do banco por todo o território nacional, com aumento da oferta de produtos e serviços e diversificação de clientes”.

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