Em reunião da CPI dos atos antidemocráticos da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF), nesta terça-feira, 4, o presidente Chico Vigilante denunciou que integrantes do alto comando da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) estão envolvidos na invasão das sedes dos Poderes – que, diz o distrital, “não foi uma tentativa de golpe, mas um golpe”.
Para Chico Vigilante, só isso pode explicar o comportamento dos policiais militares, “pois a base apenas segue ordens” e não pode ser responsabilizada pela organização da segurança na Esplanada e na Praça dos Três Poderes.
Afinal, raciocina Chico Vigilante, só 200 militares foram designados para acompanhar a movimentação dos militantes, mesmo sabendo da gravidade da situação.
“Pior, nem cadetes foram destacados para essa ação, mas estudantes” disse o distrital, invocando o testemunho do relator da CPI, João Hermeto, que é policial militar. A comissão estava reunida para decidir as próximas convocações para depoimentos.
Militares chamados para depor em maio
Dois generais já têm depoimentos marcados pela CPI em maio. O general Augusto Heleno, ministro da Segurança Institucional do governo Bolsonaro foi convocado para 4 de maio e, duas semanas depois, dia 18, será a vez do general Gustavo Henrique Dutra de Menezes, comandante militar do Planalto à época da invasão das sedes de Poderes.
Fica o registro de que Dutra foi apenas convidado, por ser militar da ativa. Só comparece se aceitar. Além deles, estão marcados os depoimentos de dois empresários brasilienses, Adauto Lúcio Mesquita no dia 13 e Joveci Andrade, no dia 19 de abril.
Ambos são citados como prováveis financiadores das manifestações. Adauto ajudou a custear o acampamento diante do QG do Exército, onde ficou durante algum tempo, enquanto Joveci participou do financiamento dos ônibus que trouxeram manifestantes para o Distrito Federal.
Já existem provas contra ambos nos inquéritos da Polícia Federal. Por fim, estão previstos depoimentos no dia 27 de abril, da coronel Cíntia Queiroz de Castro, da PM brasiliense, no dia 11, o coronel Fábio Augusto Vieira, e no dia 25 o indígena José Acácio Sererê Xavante, que se diz cacique, e que foi preso na origem do quebra-quebra, no dia 12 de dezembro.