Despacho que acaba de ser assinado pelo governador Ibaneis Rocha começa a desatar a encrenca do Centrad, o mega Centro Administrativo do Distrito Federal.
Praticamente concluído há quase doze anos, o Centrad é um edifício gigante concebido para abrigar todas as secretarias do GDF. Está fechado por todo esse tempo, até por faltarem elementos básicos, como cabeamento para instalação de equipamentos eletrônicos.
No despacho, que aprova recomendações de comissão especial, Ibaneis determina a anulação da concorrência para a construção do centro e, por tabela, da parceria público-privada para essa construção, mais operação e manutenção do Centrad. Ou seja, o governo brasiliense deixará de ser inquilino desse prédio, pelo qual pagaria régios alugueis indefinidamente.
Agora, o Buriti fará uma proposta para compra do prédio e encerrará a novela.
Hora de fechar a chapa
A federação entre PT, PCdoB e PV já esboçou uma chapa para as eleições parlamentares da capital. Mas ainda restam dúvidas. Das nove vagas da federação para deputados federais o PT deve ficar com quatro, sendo as três restantes distribuídas entre o PV e o PCdoB. Em princípio, já existem três candidatos definidos à Câmara dos Deputados. A atual deputada Érika Kokay, se disputar a reeleição, será candidata natural. Além dela, devem constar da lista o ex-governador Agnelo Queiroz e o ex-deputado federal Roberto Policarpo, que já presidiu o partido no Distrito Federal. Restará a quarta vaga, à espera de definições da chapa majoritária. Poderá caber ao também ex-deputado federal Geraldo Magela, caso não seja ele o candidato do partido ao Palácio do Buriti. Dos outros federados, o PV tem garantida a vaga para o hoje distrital Reginaldo Veras.
Ao Senado
A deputada Érika Kokay já se colocou como candidata ao Senado e, até agora, permanece como a principal – e provavelmente única – alternativa do partido. Desde o primeiro momento, porém, essa opção foi criticada dentro do PT. Como dizia o distrital Chico Vigilante, poderia significar a troca de um mandato certo, de deputada federal, por uma aventura incerta, a eleição para o Senado. Hoje, essa alternativa parece adormecida: nem tem sido mais mencionada no partido. É possível, porém, que ressurja, em função do quadro eleitoral. Pesquisas iniciais indicaram que Érika não estaria muito distante da hoje favorita Flávia Arruda, nos cenários da versão estimulada sem o nome do atual senador José Antonio Reguffe.
Leila cada vez mais candidata
O presidenciável Ciro Gomes virá a Brasília na segunda-feira, dia 18, para o lançamento oficial da senadora brasiliense Leila Barros como candidata, pelo PDT, ao governo do Distrito Federal. Também estará no evento o presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, que já foi o anfitrião da festa de filiação de Leila. Com isso, serão três os candidatos oficiais ao Buriti: Leila, Izalci Lucas pelo PSB, e Keka Bagno pelo PSOL. Há, claro, candidatos menores. Ibaneis Rocha, do MDB e mais dez partidos ainda não foi formalizado e muito menos José Antonio Reguffe, filiado ao União Brasil.
Jogando juntos
A Comissão de Transparência do Senado, presidida pelo senador brasiliense José Antonio Reguffe, aprovou uma proposta de fiscalização e controle, iniciativa parlamentar pouco utilizada e conhecida pela sigla PFS. Essa proposta, de número 1/2019, cobra ao Tribunal de Contas da União uma auditoria na área de Planejamento e Orçamento do Ministério da Educação e do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação. A solicitação será enviada à Corte, que irá instalar o processo. Quem apresentou a PFS, única já aprovada na atual legislatura, foi a também brasiliense Leila Barros, que com isso pretende fiscalizar os cortes nos repasses a universidades pelo MEC e aos entes subnacionais pelo FNDE. “O levantamento também pode de alguma forma contribuir com informações relevantes sobre os recentes indícios de corrupção na pasta”, ponderou Leila Barros, tornando claro que os casos de trambiques em repasses intermediados por pastores para prefeituras também estão na mira. Afinal, as entidades sob suspeita são as mesmas. Reguffe e Leila estão mesmo jogando juntos.
MDB escala o time
Presidente regional do MDB, além de presidente da Câmara Legislativa, Rafael Prudente reuniu pela primeira vez os pré-candidatos do partido às eleições proporcionais do Distrito Federal. O encontro foi na sede nacional do MDB, que tem interesse especial na eleição de deputados federais pela capital. Afinal, a dimensão da bancada na Câmara dos Deputados é que define o tempo de televisão do partido, a possibilidade de ultrapassar a cláusula de barreira e, mais importante, o volume do fundo partidário. O presidente nacional do MDB, Baleia Rossi, chegou a apelar pessoalmente ao governador Ibaneis Rocha para turbinar a chapa. Claro, na eleição passada o MDB brasiliense não elegeu um só deputado federal e apenas um distrital, o próprio Rafael Prudente. Agora, na lista para federais estão o ex-deputado Wigão Tartuce, Toninho Pop, Marli do Sindsaúde, Guarda Jânio e – ele mesmo – o notável ex-distrital Pedro do Ovo. Rafael Prudente também está nessa disputa. Para distrital, Iolando Almeida, João Hermeto e Carlos Tabanez tentam a reeleição ao lado dos antecessores Wellington Luiz, Cristiano Araújo, Telma Rufino e Washington Mesquita, da ex-secretária Vanessa Mendonça e da atração principal, o ex-vice-governador e ex-deputado federal Tadeu Filippelli.
Incentivo financeiro para entidades religiosas
O distrital Iolando Almeida quer conceder incentivos financeiros com recursos do Buriti para incentivar atendimento social gratuito voltado para crianças, adolescentes, idosos, pessoas com deficiência, dependentes químicos e pessoas em situações de risco. Apresentou projeto de lei que institui uma nova política de fomento às entidades religiosas e de assistência social. Se aprovada, a nova lei garantirá suporte financeiro de programas de responsabilidade social por meio do acesso às linhas de crédito especiais nos agentes financeiros públicos do Distrito Federal, com taxas de juros e garantias diferenciadas. O valor máximo a ser financiado é de até 15% do faturamento bruto mensal da instituição proponente, podendo ser investido para a melhorias das instalações, capital de giro, obras e aquisição de bens permanentes.
Demissões na antiga CEB
A Câmara Legislativa marcou para a próxima quarta-feira, 20, uma comissão geral para discutir a situação dos antigos funcionários da CEB que foram demitidos pela sucessora da empresa, a Neoenergia. A distrital Arlete Sampaio, que propôs a comissão geral, assegura que os trabalhadores da extinta CEB são empregados públicos e a demissão em massa promovida pela Neoenergia, além de injusta, é ilegal. As exonerações, feitas a partir da última segunda-feira, 11, atingiram 120 funcionários, dos quais ao menos 45 haviam sido admitidos por concurso. Em comum, os afastados se recusaram a aderir a um PDV.
Equipe brasiliense
A ex-prefeita de Boa Vista, Teresa Surita, aparece empatada com o governador Antonio Denarium na primeira pesquisa para as eleições de Roraima. São os únicos postulantes concretos ao governo, com respectivamente 39% e 38% das intenções de voto, pois o seguinte da lista, um candidato crônico, mal passa dos 5%. Essa eleição está destinada a ganhar repercussão nacional, pois Teresa, que já foi prefeita da capital por quatro vezes, concorre em dobradinha com o ex-marido, Romero Jucá, que deu as cartas no Senado por mais de duas décadas e perdeu surpreendentemente em 2018. Tenta agora recuperar a força do passado. Para isso, Teresa e Jucá contrataram uma equipe de Brasília na área de imprensa.
Adversários, mas nem tanto
No desenho político, estão nos polos opostos o PL bolsonarista, liderado na Câmara brasiliense por Agaciel Maia, e o PT de Lula, que tem como líder Chico Vigilante. Na prática, o jogo é outro. Integrantes da associação dos moradores da Ponte Alta, uma área agrícola no Gama, conseguiram conduzir Chico Vigilante e Agaciel Maia ao acesso ao núcleo. É uma estrada de 12 km apelidada de “rodovia da morte” (foto). Conseguiram também que os dois distritais marcassem uma audiência juntos com o Ibaneis. Na sessão desta quarta-feira, 14, Vigilante anunciou que, conforme tinha prometido o governador, saiu o edital para início da licitação do recapeamento total da via. A partir daí foi a confraternização. O distrital petista disse que estava ainda mais feliz porque se empenhou por isso juntamente com Agaciel Maia, inclusive destinando recursos de emendas de ambos. Agaciel devolveu os cumprimentos. No final feliz, concluíram que suas divergências ficam só no campo político e ideológico, mas na hora de ajudar a comunidade nada impede de atuarem juntos. Está nas notas taquigráficas da sessão.
Provocar Dilma é má ideia
Não é boa ideia publicar ou postar mensagens agressivas contra a ex-presidente Dilma Rousseff, principalmente quando envolvem montagens. Dilma acaba de abrir processo contra o médico Carlos Eduardo Amaral, ex-secretário de Saúde de Romeu Zema, governador de Minas Gerais, por uma publicação no Instagram. O post mostrava uma montagem de Dilma com hematomas e escoriações no rosto, como se tivesse apanhado, com os seguintes dizeres: “falou uma besteira leva um tapa? Se essa moda pega!”. A postagem fazia alusão ao episódio que ocorrera na noite anterior, na cerimônia do Oscar, em que o ator Will Smith deu um tapa na cara do comediante Chris Rock, após uma piada sobre a doença da esposa.