Após idas e vindas, o PDT escalou o ex-distrital Peniel Pacheco (foto) para ser pré-candidato a governador, enquanto o presidente da Câmara Legislativa, Joe Valle, tentará o Senado. A notícia foi recebida com ceticismo por integrantes das coligações já desenhadas. O aspirante ao Senado pelo grupo de Jofran Frejat (PR), Alberto Fraga (DEM), acredita que Peniel “vai acabar coligando com alguém” por não ter “densidade política”. À frente da Aliança Alternativa, Izalci Lucas (PSDB) acha difícil que o PDT não apoie a tentativa de reeleição de Rollemberg por imposição “de cima para baixo.”
Esquema tático
Apesar da entrada tardia, a estratégia eleitoral de Pacheco já tem um fundamento bem definido: apostar na dobradinha com os servidores públicos. “Qualquer projeto que venha de cima para baixo tem poucas chances de sucesso. Todo projeto precisa dar ouvidos e voz para aqueles que têm expertise, voz e estão envolvidos no dia a dia das questões crônicas do DF. Temos que buscar soluções plausíveis. E não existe nome mágico. Não existe varinha de condão”, argumenta.
Vingança?
“Ninguém seria tolo de fazer uma mexida dessas se fosse apenas para marcar posição. Além do mais não é justo fazer uma campanha contra alguém. Nosso projeto é a favor do DF. Não dá para pensar em um mundo, em relações essenciais, em que se faz politica na base da vingança, da retaliação. O PDT não tem esse propósito”, explica Pacheco. O PDT deixou o GDF com o argumento de que foi escanteado do núcleo do governo. Atualmente, Rollemberg buscava reconquistá-lo apostando na aliança entre os partidos em favor do presidenciável Ciro Gomes (PDT).
Nada de reboque
Segundo o deputado distrital Cláudio Abrantes, a militância anseia assumir uma condição de protagonismo na centro-esquerda local. Ou seja, o partido, que sempre foi coadjuvante estratégico na briga majoritária pelo Buriti, nas bases, não aceita mais ficar a reboque de outras agremiações. A pré-candidatura própria também agradou o deputado distrital Reginaldo Veras. “Diz a história que quando você não acha o seu rumo no mundo, você volta para a casa”, disse o parlamentar.
Bola em campo
O PDT não descarta o apoio do PSB, mas no caso do DF a bola está com a executiva local. Prova disso é que Pacheco recebeu a bênção do presidente nacional Carlos Lupi. Em outro lado do gramado, agora a sigla terá que fazer escolhas difíceis. Por exemplo, PPS e Rede estão no horizonte. Mas ambos querem eleger um senador. Como são duas vagas, os trabalhistas terão que fazer uma escolha ou propor uma alternativa criativa. Em tempo: a pré-candidatura de Pacheco ainda precisa da chancela das convenções de 20 de julho.
A dúvida atroz que Agência provoca
O senador brasiliense José Antônio Reguffe tem uma dúvida que não quer calar. Para que serve a Agência Nacional de Saúde Suplementar, a ANS? O senador foi verificar as recentes decisões tomadas pela ANS e constatou: todas elas, sem uma exceção sequer, beneficiam as operadoras de planos de saúde. “Nós tínhamos que defender aqui a extinção dessa agência porque, se ela vive de defender interesses comerciais, não há para quê ser custeada pelo contribuinte”, constata.
Boazinha
Até quando parece ajudar, a ANS só golpeia a população. Reguffe fez suas contas. A agência acaba de soltar a Resolução nº 433, que permite simplesmente que possa ser cobrado do consumidor 40% do atendimento. Aí – conta o senador – a ANS, que é boazinha, chega e fala assim: “não, mas vai ser limitado a 100% a mais na mensalidade para o plano individual e a 150% a mais para o plano coletivo e empresarial. E vai ter uma redução no preço da mensalidade de 20% a 30%.” Ora, calcula Reguffe, esses 20% a 30% vão sair muito mais caro depois, porque se vai pagar 100% a mais depois a cada consulta, o usuário terá gasto muitíssimo superior.
Sol nascendo
A expressão do momento é renovação política, seja lá o real significado disso, e o PPS aposta alto na empresária Paula Belmonte, candidata a deputada federal pela primeira vez. Para popularizar sua rede de alcance, ela tem investido em incursões em Ceilândia e recentemente fechou com o líder comunitário Goudim Carneiro (PMB). Ele foi candidato a distrital em 2014 e recebeu 6,1 mil votos.