Em meio à repercussão das manifestações realizadas em diversas cidades do país, o senador brasiliense Izalci Lucas, que é líder da oposição no Congresso, se posicionou publicamente contra a prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro e defendeu medidas políticas em resposta ao que considera uma escalada de tensão institucional no Brasil.
Izalci responsabilizou o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes pelo agravamento da crise política. Para o parlamentar, a prisão de Bolsonaro “dobrou a aposta” na repressão e ameaça diretamente a liberdade de expressão e a democracia. “Não vamos desistir do Brasil”, afirmou o senador, destacando que a resposta virá tanto das ruas, por meio da mobilização popular, quanto do Congresso Nacional.
Ele defende que a Câmara dos Deputados dê prioridade ao projeto de anistia aos manifestantes. No Senado, Izalci promete articular apoio para levar adiante um pedido de impeachment contra o ministro Alexandre de Moraes. Segundo ele, é papel do Legislativo reagir aos abusos e garantir o equilíbrio entre os poderes da República. A declaração do senador ocorre em um momento de forte polarização política, com manifestações pró e contra o Judiciário em várias capitais, acirrando os debates sobre os limites da atuação do STF e a necessidade de preservar os princípios democráticos.
Juízes perseguidores

Também eleita pelo Distrito Federal, a senadora Damares Alves afirmou que a determinação de prisão domiciliar de Bolsonaro por um suposto descumprimento, por terceiros, de uma decisão absurda e arbitrária, é mais um capítulo vergonhoso de nossa história recente, na qual juízes se comportam como perseguidores de quem consideram adversários políticos.
Não há respeito ao devido processo legal. Nosso arcabouço legal e constitucional tem sido gravemente violado por quem não recebeu um voto sequer para tomar decisões em nome do povo. O Congresso precisa reagir e estarei na linha de frente para convencer meus pares sobre quão perigosos são os precedentes desencadeados por um ministro autoritário.
Mesa ocupada

Pela manhã, cinco parlamentares da oposição ocuparam a mesa principal do Senado Federal com o objetivo de obstruir as votações previstas para esta terça-feira, na Casa. Os senadores Eduardo Girão (Novo), Damares Alves (Republicanos), Jorge Seif (PL), Magno Malta (PL), Izalci Lucas (PL) e Jaime Bagattoli (PL) sentaram-se à Mesa Diretora.
Avisaram que “a 1° sessão deliberativa do Senado após o vergonhoso ‘recesso branco’ está marcada para hoje, às 14h. Mas senadores de vários partidos brasileiros já estão sentados na mesa da Presidência do Plenário Rui Barbosa, até que Davi Alcolumbre, que tem ignorado senadores de oposição e independentes há 15 dias, possa agir para devolver a democracia ao Brasil (hoje estamos em flagrante estado de exceção) com medidas efetivas emergenciais já divulgadas em coletiva em instantes. Mais informações em instantes”, escreveu Girão em uma publicação nas redes sociais.