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Do Alto da Torre
Do Alto da Torre

O mantra é renovar

Arquivo Geral

24/08/2018 7h00

Atualizada 23/08/2018 22h38

Paula Belmonte (PPS) disputa uma vaga na Câmara Federal por uma coligação com nominata complicada. O distrital Júlio César (PRB) e Marcos Pacco (Podemos) são impulsionados pelo voto evangélico e Augusto Carvalho (SD) está em busca da reeleição. Para impulsionar a candidatura, a primeira da sua vida, a empresária tem apostado no discurso de renovação e a aproximação com personagens-chave. Não à toa, seu nome já foi associado a Reguffe (sem partido) e Cristovam Buarque (PPS). O que ela espera realmente ser o diferencial, como afirma, e seguir a cartilha do Protocolo Reguffe ao combater os privilégios dos parlamentares e aproximar a população do gabinete. (Veja na íntegra na página do Jornal de Brasília no Facebook).

Por que entrar em um ambiente tão turbulento como o político?
Houve a Lava Jato, que expôs algo que todo mundo já conhecia, e também aconteceu algo na minha família que nos inspirou a trabalhar com os jovens, com o social. Quando me deparei com a realidade de Brasília, eu falei que eu e meu marido (o advogado Luis Paulo Belmonte) entraríamos para a política. Fala-se muito em político corrupto, mas quem coloca esses políticos lá somos nós. Temos que entender que a responsabilidade do voto é muito séria. Muitas pessoas não tem essa noção e trocam seus votos por cesta básica, tiojolo, ou pegam o primeiro santinho que encontram.[…] Então a renovação tem que vir com responsabilidade e capacidade. Renovar por renovar não adianta e renovar com família antiga (na vida política) não adianta.

A maioria dos empresários escolheu entrar na política por meio do partido Novo. Por que você foi para o PPS?
Eu estava muito preocupada porque no Novo você tem que se cadastrar no partido. Quando eu resolvi entrar para a política, em 27 de março, fui procurada pelos grandes partidos e todos me prometeram muita coisa. O senador Reguffe, que é um amigo, me indicou o PPS e lá tive possibilidade de fazer uma filiação cívica, e isso me trouxe alegria. Não tem ninguém envolvido em Lava Jato, porque o partido também fez essa renovação e o único que tem mandato é o senador Cristovam. Acho um movimento fantástico o Partido Novo, tem também o movimento Renova e vários movimentos saudáveis, porque trouxeram a juventude para participar. Quando você vai a uma comunidade carente, o jovem está ausente e nem sabe em que a política pode repercutir. Eu sempre pergunto: “o que a política faz na sua vida?”. E muitos não sabem.

E você vai abrir mão dos benefícios relacionados do mandato?
Vou abrir mão de todos os benefícios e quero combatê-los. Se tivermos uma população que esteja junto da gente, é possível. Tive oportunidade de morar na Inglaterra e lá você vê o ministro andando de metrô. Netos da rainha nascem no hospital público. Então por que pagamos auxilio de saúde para os deputados? Na Dinamarca, além do salário, o político só tem direito a andar no transporte publico de lá.

Como defender sua plataforma de mais acesso à educação estando no Congresso?
A gente pode destinar verbas para isso. Tenho esse compromisso de que 70% das minhas verbas irão para a saúde e o restante para a educação. Isso eu posso fazer e incentivar. Temos que começar a trazer a conscientização para os jovens sobre o que é a política e como ela pode ser transformadora. O nível de corrupção que temos é absurdo.

Uma das suas estratégias para se apresentar ao eleitorado foi participar de reuniões em diversas cidades. O que você mais tem ouvido?
As pessoas reclamam que os políticos só aparecem de quatro em quatro anos e das promessas não cumpridas.

É a favor de que políticos devam usar os serviços públicos?
Nós damos dinheiro para o governo fazer o serviço, mas nós pagamos serviço de saude particular para o deputado. Por isso, sou contra privilégio de político. A renovação tem que vir, abrindo mão dos privilégios e combatendo eles. Se a população estiver conosco fazendo pressão, a gente começa a acabar com a profissão de político e faz políticos do povo.

Por que tem se aproximado de candidatos de partidos concorrentes ao seu?
Hoje o partidarismo no Brasil não funciona. Eu acredito na política de construção.Se for para o benefício coletivo, não existe problema. Mas tive o cuidado de não me envolver com quem já teve mandato.


Pane no Sistema

O Tribunal Regional Eleitoral (TRE-DF) divulgaria ontem o tempo de televisão e rádio nas eleições deste ano. Só que uma pane no sistema embolou o meio de campo na divulgação das fatias para as campanhas de deputado distrital. O tropeço partiu de uma falha técnica no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Tudo está bem documentado, mas sem crise. Segundo os juizes eleitorais, a correção foi feita. Hoje, os tempos serão devidamente publicados na página da corte.

Ação e reação

Geralmente pacato, Cristovam Buarque (PPS) subiu o tom ao ser confrontado durante uma caminhada de campanha no Setor Comercial Sul. Um senhor chamou o senador candidato à reeleição de traidor e golpista, em alusão ao voto a favor do impeachment de Dilma Roussef, ao que Buarque, com dedo em riste, rebateu e chamou o homem de corrupto. Um vídeo de 27 segundos circulou por redes sociais com um breve registro. É a primeira vez que ele rebate de maneira tão efusiva esse tipo de manifestação.

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