As chuvas, aliadas à infraestrutura precária de Vicente Pires, culminaram em uma cratera engolindo uma caminhonete ocupada por idosos, na tarde de ontem (leia mais na página 2). Houve comoção da comunidade local e o administrador da região, o ex-candidato a distrital e um dos escudeiros de Rollemberg, Charles Guerreiro, também compareceu ao local. Entre uma explicação aqui, outra ali, ele se desentendeu com um morador.
Cavado
Ao que tudo indica, o cidadão cresceu para cima do administrador para falar mal justamente de Rodrigo Rollemberg, e Guerreiro não deixou barato. “Que obra havia aqui antes dele, rapaz?”, rebateu Charles, que tem sido uma das frentes de resistência do governador. Para ele, o problema de Vicente Pires é que “nasceu de trás para frente”.
Sem graça
Na última semana, a coluna brincou com o modelo de voto proporcional, que define os deputados distritais, e apontou quem teria sido eleito caso o sistema para escolher os parlamentares fosse igual ao aplicado para eleger senadores e governadores. Desta vez, fizemos o mesmo com a Câmara dos Deputados e o resultado não é tão divertido.
É o que é
Dos oito eleitos, sete foram, de fato, os mais votados dentre os candidatos. São eles, na ordem: Flávia Arruda (PR), Érika Kokay (PT), Bia Kicis (PRP), Julio Cesar (PRB), Professor Israel (PV), Luis Miranda (DEM) e Paula Belmonte (PPS). Portanto, a única candidata eleita que teria ficado de fora em caso de eleição majoritária também para escolher o Congresso seria Celina Leão (PP, foto), menos votada do que Professor Pacco (Podemos), que teve oito mil votos a mais em relação à Leoa.
Os reservas
Também trouxemos os primeiros e segundos suplentes de cada um dos 24 integrantes da próxima legislatura na Câmara Legislativa, e agora chegou a vez de conhecermos os dezesseis nomes que podem assumir uma cadeira na Câmara dos Deputados em caso de licença do titular. Destaque para nomes fortes como o federal derrotado na tentativa de reeleição Laerte Bessa (PR), a ex-governadora Maria Abadia (PSB) e o ex-vice-governador Tadeu Filippelli (MDB). Veja abaixo:
Flávia Arruda (PR) – 1º suplente: Laerte Bessa (PR); 2º suplente: Paulo Roriz (PSDB)
Érika Kokay (PT) – 1º suplente: Vanessa é o Bicho (PT); 2º suplente: Sabino (PT)
Bia Kicis (PRP) – 1º suplente: Elisa Robson (PRP); 2º suplente: Adalberto Imbrósio (PRP)
Julio Cesar (PRB) – 1º suplente: Professor Pacco (Podemos); 2º suplente: Renato Santana (PSD)
Professor Israel (PV) – 1º suplente: Maria Abadia (PSB); 2º suplente: Marcos Dantas (PSB)
Luis Miranda (DEM) – 1º suplente: Laerte Bessa (PR); 2º suplente: Paulo Roriz (PSDB)
Paula Belmonte (PPS) – 1º suplente: Professor Pacco (Podemos); 2º suplente: Renato Santana (PSD)
Celina Leão (PP) – 1º suplente: Tadeu Filippelli (MDB); 2º suplente: Olair Francisco (PP)
Aqueles nos bastidores
Falando em suplência, os nomes que substituem os dois senadores eleitos, Leila do Vôlei (PSB) e Izalci (PSDB), em caso de pedido de licença do cargo carregam não apenas uma ação estratégica dos partidos na composição das coalizações, mas também muitos significados. O primeiro suplente de Izalci é o advogado e empresário Luis Felipe Belmonte (PSDB), que colocou bastante dinheiro na campanha do titular e de alguns outros candidatos. É marido da federal eleita Paula Belmonte. O segundo é Andre Felipe (PR).
Virada de mesa, cadeira, quadro…
O tipo de virada que Rodrigo Rollemberg (PSB) precisa para reverter a vantagem de Ibaneis (MDB) e se reeleger governador é algo que já aconteceu duas vezes nas eleições majoritárias do DF, mas nunca depois de uma diferença percentual tão grande. Portanto, ele pode encontrar conforto no histórico eleitoral da cidade, mas sem esquecer que sua situação, tendo terminado quase 30 pontos percentuais atrás do emedebista no primeiro turno, é única.
Tudo que vai…
A primeira vez foi na disputa entre Valmir Campelo e Cristovam Buarque pelo GDF em 1994. Ao fim do primeiro turno, Campelo estava pouco mais de dois pontos percentuais à frente do petista, 39% a 37%, mas foi Cristovam quem riu por último ao obter quase 54% dos votos válidos em segundo turno.
… volta
A segunda vez também foi protagonizada por Cristovam, mas com um final triste para o candidato. Em 1998, na tentativa de reeleição do petista, o primeiro turno terminou com ele tendo 42% dos votos válidos contra 39% do já falecido Joaquim Roriz. Em um segundo turno acirradíssimo, Roriz conseguiu a virada e se elegeu pela segunda vez ao governo do DF com 51% dos votos válidos.
Nós 15, eu 13 você 17
Derrotado na disputa pela reeleição ao Senado, Cristovam Buarque (PPS) decidiu apoiar Ibaneis (MDB) na briga pelo Buriti, sacramentando o rompimento com seu ex-aliado Rodrigo Rollemberg (PSB). Nacionalmente, porém, Cristovam declarou voto em Fernando Haddad (PT) por, dentre outras razões, não ter qualquer afinidade pela figura de Jair Bolsonaro (PSL) e até enxergar nele uma ameaça à democracia. Pois bem, Ibaneis revelou que está torcendo justamente para Bolsonaro esta semana.
Na mesma
Cristovam disse lamentar a escolha do mais novo aliado, mas afirmou que isso não abala seu apoio ao emedebista. “Não vejo razão para retirar meu apoio e acho que ele não vai deixar de querer o meu por votar no Haddad”, posicionou-se. O senador foi além e disse crer na postura democrática de Ibaneis, apesar de temer pelo que Bolsonaro pode se tornar. Restam quatro dias para as eleições.