O ObservaDF, projeto desenvolvido por pesquisadores da Universidade de Brasília (UnB), lança o estudo “Cenários Populacionais para o Distrito Federal: oportunidades e desafios”, com base nos dados do Censo 2022 do IBGE. A pesquisa, sob coordenação da pesquisadora Ana Nogales, traça um retrato detalhado das transformações demográficas em curso no DF, com implicações diretas para políticas públicas e planejamento urbano.
O estudo aponta que o DF vive um processo de desaceleração do crescimento populacional, com projeção de estagnação e declínio a partir de 2040. Pela primeira vez, o território registrou saldo migratório negativo: entre 2017 e 2022, mais de 90 mil pessoas deixaram o DF, principalmente em direção à Periferia Metropolitana, atraídas por moradia mais acessível e menor custo de vida.
Outro dado que chama atenção é o envelhecimento acelerado da população. A proporção de pessoas com mais de 60 anos mais que dobrou entre 2010 e 2022, passando de 5,6% para 12,3%. A expectativa é que, até 2060, mais de um terço da população do DF será idosa e metade terá mais de 50 anos.
A taxa de fecundidade também caiu significativamente (1,5 filhos por mulher em 2022), uma das menores do país, contribuindo para essa tendência. Enquanto isso, o número de crianças e adolescentes está em queda, especialmente nas regiões de maior renda.
Em áreas mais vulneráveis, como Estrutural, Recanto das Emas e Planaltina, jovens ainda representam cerca de 25% da população — revelando um quadro de desigualdade etária e social. A redução no contingente jovem impõe novos desafios, como a necessidade de reavaliar os investimentos em educação, ampliar o ensino integral e garantir políticas que ampliem as oportunidades para essa faixa etária.