O ex-presidente Jair Bolsonaro mostrou a visitantes, nos últimos dias, mais flexibilidade com vistas a candidaturas nas próximas eleições. Seu objetivo principal não mudou: continua fixado não simplesmente em anistia, mas em recuperação de seus direitos políticos e, evidentemente, nas penas de detenção.
Ainda assim, mostra-se mais disposto a aceitar candidatura presidencial fora da família, inclusive do governador Tarcísio de Freitas. Essa flexibilidade maior pode se refletir nas escolhas dos governantes regionais.
Permanece, porém, a prioridade para conseguir uma forte bancada no Senado: é lá que se podem nutrir iniciativas como impeachment de autoridades federais, particularmente de ministros do Supremo Tribunal Federal. Também se revela crucial para eventuais projetos de anistia ou até para a tramitação de indultos.
É essa a motivação maior das missões mais recentes do presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, que está extremamente ativo em visita a Brasília, onde tem conversado sobre formação de chapas. Foi na capital que deu a palavra final sobre as escolhas do partido no Ceará e em Mato Grosso do Sul.
No Ceará, deu aval à candidatura da vereadora mais votada de Fortaleza, uma evangélica. Já em Mato Grosso do Sul, garantiu carta branca ao ex-governador Reinaldo Azambuja, que trocou o PSDB pelo PL, com quem garantirá a reeleição do sucessor e fará uma chapa exclusiva do partido para o Senado.
Valdemar também está tratando da sucessão no Distrito Federal, o que já causou reações negativas, caso do deputado Alberto Fraga.