A senadora brasiliense Leila Barros, do PDT, presidente da Comissão de Meio Ambiente do Senado Federal, e a deputada federal Duda Salabert (PDT-MG), presidente da Subcomissão da COP30 na Câmara dos Deputados, lançaram uma carta sobre os trabalhos da Conferência do Clima.
O documento é um chamado para que a COP30, em Belém, seja lembrada como a conferência da virada de chave na luta pela preservação do meio ambiente. Lembram que as tragédias recentes – das secas históricas na Amazônia às inundações devastadoras no Sul – provam que a crise não é uma ameaça distante, mas uma realidade urgente.
As duas propõem um Mutirão Global, que constituirá “a democratização da COP, abrindo as fronteiras institucionais da diplomacia para as pessoas que vivem e sentem as mudanças climáticas em suas vidas, garantindo a voz dos grupos mais vulnerabilizados – indígenas, quilombolas, mulheres, crianças e juventudes, moradores de periferias urbanas, ribeirinhos, idosos, pessoas com deficiência, pessoas em situação de rua, entre outros”.
A preocupação se justifica. Esta já é a trigésima COP e, embora algumas delas tenham sido marcantes, o resultado delas é apenas discursivo. A de maior alcance, de Paris em 2016, chegou ao acordo que leva o nome da cidade e, pela primeira vez, previa o investimento dos países ricos e poluidores nas nações menores e mais preservadas. Foi saudada como uma espécie de redenção, mas a verdade é que nunca houve um desembolso significativo de poluidor algum.