Ao menos dois distritais do PSD devem ingressar no Podemos na chamada janela partidária e reforçar a base do governador Ibaneis Rocha nas eleições do ano que vem. Os distritais Robério Negreiros e Jorge Vianna trocarão de legenda. Contam também com as bênçãos da vice Celina Leão, que é muito próxima à presidente nacional do partido, Renata Abreu. Pelas contas feitas pelo partido, presidido em Brasília pelo secretário do Entorno, Cristian Viana, imagina-se que o Podemos poderá fazer três representantes na Câmara Legislativa no ano que vem. O partido também já tem um candidato a deputado federal, seu dirigente nacional Luís França, que se tornou interlocutor de Ibaneis. A programação do Buriti para os municípios próximos valorizou a Secretaria do Entorno, que terá como ajudar na campanha. Pelos cálculos feitos pela nova turma do Podemos, Robério e Vianna serão os pontas de lança da campanha e, com uma nominata bem escolhida, não só se reelegerão como poderão puxar um terceiro nome para a bancada.
Reguffe foi alvo, mas preferiu o Solidariedade
O ex-senador José Antonio Reguffe também foi alvo do Podemos, assim como do novo PSDB da distrital Paula Belmonte. Preferiu, porém, ficar no Solidariedade, partido nanico no Distrito Federal. Calcula-se que sua votação, isolada, bastará para assumir uma cadeira na Câmara, ainda que ele tenha pensado em retornar ao Senado. Mas o Solidariedade – assim como o Podemos e o PSDB – precisam de cadeiras de deputado federal, pois são elas que contam para o fundo partidário. Igualmente pesa aí a ideia de reforçar a chapa para obter uma segunda cadeira para o Solidariedade.
Relíquia janista
Vale sempre lembrar que o Podemos tem um novo nome, mas uma longa história. Surgiu como Partido Trabalhista Nacional, artifício inventado por dissidentes paulistas da era getulista como forma de se apropriar de eleitores descontentes do então fortíssimo PTB de Jango e Brizola. Esperto, o então prefeito Jânio Quadros, que fingia esnobar partidos, apropriou-se do PTN e fez toda a sua carreira na legenda, primeira a apoiá-lo até na eleição presidencial. Com a renúncia, o partido entrou em decadência, mas sempre controlado por Dorival Masci de Abreu, radialista da confiança de Jânio e tio-avô de Renata Abreu, que soube como cuidar da sobrevivência da legenda por décadas.