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Do Alto da Torre
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Ibaneis encerra gestão PH

O chefe do Executivo local afirmou que o ex-presidente “vai precisar de tempo para fazer sua defesa”, e considerou a movimentação da oposição por uma CPI como “natural”.

Suzano Almeida

18/11/2025 21h06

Camila Coimbra

O governador Ibaneis Rocha (MDB) optou por exonerar, de forma definitiva, o presidente do Banco de Brasília (BRB), Paulo Henrique Costa, após seu afastamento temporário de 60 dias determinado pela Justiça. A medida busca reduzir desgastes gerados pela Operação Compliance Zero da Polícia Federal (PF), deflagrada ontem, que também resultou na prisão do dono do Banco Master, Daniel Vorcaro. O chefe do Executivo local afirmou que o ex-presidente “vai precisar de tempo para fazer sua defesa”, e considerou a movimentação da oposição por uma CPI como “natural”.

Sem compromisso com o erro

Foto: George Gianni/VGDF

A vice-governadora Celina Leão (PP) também comentou a exoneração do presidente do BRB, Paulo Henrique Costa, após operação da Polícia Federal. Para ela, o governo agiu para preservar a estabilidade da instituição financeira e reforçar que não compactua com irregularidades. “Olha, essa operação está preliminarmente limitada ao BRB, não tem nenhuma ação voltada ao Governo do Distrito Federal, e nós não temos compromisso com erro.”

“O próprio governador fez hoje a troca, já indicou outro nome, e aquilo que tiver de ser tratado dentro do direito à defesa e do contraditório será respeitado. Mas o nosso governo tem absoluta tranquilidade: não temos compromisso com erro. A decisão é definitiva”, afirmou.

“O governador Ibaneis sempre delegou e deu autonomia a todos os secretários, mas não tem compromisso com nada que ultrapasse a legalidade. Essa é a posição do governo”, completou.

CPIs do BRB

A bancada de oposição na Câmara Legislativa (CLDF), composta pelo PT e Bloco PSOL-PSB, formalizou um requerimento pedindo a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar a negociação entre o BRB e o Banco Master. O foco é investigar a tentativa de compra de 58% do Master por R$ 2 bilhões e o suposto uso de recursos públicos para adquirir “títulos podres”. Deputados como Ricardo Vale e Chico Vigilante (ambos do PT) criticaram a situação, ressaltando que o Banco Central já havia vetado a operação em setembro, e defendem que a CPI seja um ato de toda a CLDF.

Outra CPI

A deputada Paula Belmonte (Cidadania) também protocolou, ontem, um requerimento de abertura de CPI para investigar o BRB. A diferença entre as duas propostas é o tempo de análise. Enquanto a oposição pretende investigar apenas a transação entre o Master e o banco regional, Paula vai mais longe, e pede que o prazo seja a partir de 2019.

CPI enfrentará ‘fila’

Antes de ser instalada, a CPI proposta pela oposição enfrentará dois grandes obstáculos na CLDF. Primeiro, o regimento interno limita a apenas duas comissões em funcionamento simultâneo (a CPI do Rio Melchior está ativa). Entretanto, há três requerimentos à frente, como os da CPI do ICMS, do Feminicídio e do Iges-DF. Para a CPI do BRB ser instalada, a oposição precisa de 13 assinaturas e convencer a base a concordar em “inverter a ordem” ou sobrestar os requerimentos prioritários.

“Politiqueira”

hermeto

O líder do governo na CLDF, Hermeto (MDB), criticou a proposta, classificando-a como “situação politiqueira” e com caráter eleitoral, sugerindo que o BRB investigue o caso internamente primeiro. “O governador já exonerou o presidente e vamos apurar primeiro. Isso é coisa de politiqueiro de plantão pensando nas eleições do ano que vem”, afirmou.

BRB garante operação

Em nota oficial, o Banco de Brasília (BRB) negou a realização de prisões em suas dependências durante a operação da PF, esclarecendo que a decisão judicial determinou apenas o afastamento temporário do presidente e do diretor financeiro por 60 dias. O BRB reafirmou que sempre agiu em conformidade com as normas de compliance e transparência, prestando todas as informações sobre o caso ao Ministério Público Federal e ao Banco Central.

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