O PMDB é a legenda que vai dar guarida ao advogado Ibaneis Rocha, que tem toda a intenção de se candidatar ao Governo do DF. Embora Ibaneis garanta que não tenha recebido garantias do ex-vice-governador Tadeu Filippelli de que será o cabeça de chapa, os outros partidos que compõem o dito grupo da direita já dão altos pulos, com medo de que a filiação do ex-presidente da OAB-DF atrapalhe os planos já traçados por pelo menos quatro políticos que disputam o posto de candidato ao Palácio do Buriti. Alírio Neto (PTB) já mandou dizer que, independentemente de Ibaneis, ele já está no posto de pré-candidato.
Alírio e Flávia Arruda
Alírio se antecipou ao racha que ele acha que vai ocorrer no grupo e partiu para um plano B: foi tomar café com pão de queijo na casa dos Arruda. E convidou a ex-primeira-dama Flávia para figurar na chapa que ele quer encabeçar como candidata a vice-governadora. Nos planos dele, Jofran Frejat (PR) e o deputado federal Alberto Fraga (DEM) seriam postulantes ao Senado. “O ex-governador José Roberto Arruda abriu um sorrisão para a minha proposta. Disse que falaria com a Flávia e, na semana que vem, daria uma resposta”, explicou entusiasmado o presidente do PTB-DF. “Já que jogaram as cartas na mesa, dei logo minha cartada”, concluiu.
Não é bem assim
Fraga, que disse não ter sido informado ainda dos planos de Alírio, acha que ainda é cedo para tomar decisões. E, conforme o deputado, Filippelli já explicou que não deu garantias a Ibaneis, que ele entrará no grupo para discutir com os demais e que o acordo com os partidos está mantido. “Eu acho que o direito de pleitear uma candidatura é legítimo. Mas não é assim, não depende apenas de a pessoa dizer que quer ser candidato. Isso precisa ser melhor discutido. Temos um acordo dos cinco conversarem sempre sobre qualquer tipo de questão. E um acordo de que vai ser o candidato quem estiver melhor. Se é para cada um puxar sardinha para o próprio lado, aí eu também vou dizer que sou candidato, porque fui o deputado federal mais votado, porque já tive meio milhão de votos… mas não é por aí”, contemporiza.
Wellington Luiz ameaça sair
A filiação, no entanto, não vai causar confusão e rachas somente na provável coligação não. Dentro do próprio PMDB, há opiniões contrárias. Secretário-geral do partido no DF, Wellington Luiz está indócil com a decisão vinda da maior autoridade da legenda na capital. “Não tenho nada contra o Ibaneis, não. Muito pelo contrário. Mas eu discordo da forma como tudo está acontecendo. O partido tem que ser discutido entre todos e eu acho que eu mereço um pouco mais de respeito”, dispara o peemedebista, que afirma ter sido só comunicado da decisão, e não consultado, como deveria ser. Ele diz que está pensando até em deixar a legenda. “Isso me coloca numa situação de constrangimento e me coloca a pensar sobre a minha permanência no partido.” Se decidir sair, Wellington informa que apenas comunicará a decisão. “Assim como fizeram comigo”, conclui.
Marconi na parada
O governador de Goiás, Marconi Perillo, é candidato ao posto de presidente nacional do PSDB. A intenção foi oficializada, ontem, em reunião com o presidente em exercício do partido, senador Tasso Jereissati. “Eu não poderia procurar a bancada ou outros líderes do partido antes de vir aqui dizer a ele do meu desejo em colaborar com o partido como seu presidente”, disse o governador tucano, que garante ter o apoio do presidente interino do PSDB. As eleições ocorrem apenas em dezembro.
Desembarque
Com a chegada do fim do ano, Perillo defende que é hora de desembarcar do governo de Michel Temer. “É natural que isso ocorra agora, quando os ministros vão se desincompatibilizar para lançar candidaturas. O PSDB pode apoiar as reformas e as medidas que sejam a favor do Brasil sem necessariamente precisar estar no governo. O partido já deu a contribuição, mas agora chegou a hora de nos dedicarmos à eleição presidencial”, reconheceu.
PSB/PSDB
Na posse de Maria de Lourdes Abadia, que assumiu ontem, oficialmente, a Secretaria de Projetos Estratégicos, o governador Rodrigo Rollemberg fez questão de ressaltar a felicidade dele em trazer par ao governo o PSDB. “Quero ampliar a participação do PSDB no nosso governo porque eu entendo que vocês têm uma contribuição a dar à população de Brasília e nós queremos essa contribuição”, discursou. E, no final, fez questão de dizer uma célebre frase de palanque, se dirigindo à ex-governadora tucana: “Tenho certeza de que juntos vamos vencer.”
Plumagem vistosa
Ao lembrar do racha interno que o PSDB vive mais uma vez, Abadia fez questão de dizer que participou da fundação do partido e se comparou ao símbolo maior da legenda: “Sou uma tucana de bico grande e plumagem vistosa. Sempre fiz parte do diretório e nunca envergonhei meus eleitores. Posso sair na rua de cabeça erguida e olhar nos olhos dos cidadãos. Nunca decepcionei os meus líderes”, anunciou.
Reajuste da TLP
O Governo do DF enviou mais um projeto que já está dando o que falar na Câmara Legislativa. A proposta do Executivo, conforme já identificou o deputado Cláudio Abrantes (sem partido) é aumentar a Taxa de Limpeza Pública (TLP) em 5%, além da inflação, o que levaria a um aumento real de quase 10%. O parlamentar fez um alerta aos colegas em Plenário e já apresentou um requerimento para barrar a tramitação do texto. O motivo, ele diz, é simples: o governo cochilou e não enviou o projeto no prazo legal para que começasse a valer para o ano que vem. O erro formal, defende o parlamentar de Planaltina, prejudica o projeto.
PPS em campo
Em tempo de intensas conversas e articulações que já desenham as alianças para 2018, o PPS publicou nota em que diz que o partido tem buscado “sem discriminação pessoas e partidos de diferentes visões em Brasília” e que manteria “conversas promissoras” com o pré-candidato a governador Jofran Frejat, “hoje filiado ao PR”. O partido informa ainda que tem ampliado o diálogo com o evangélico PRB e que tem no radar outras siglas, como PSD, PV, SD e até o PDT.
