A operação de guerra que tem levado o terror a centenas de famílias ribeirinhas, que exploram o pequeno extrativismo mineral previsto na Constituição brasileira para sobrevivência, foi determinada pelo Ministério Público Federal (MPF) a mando da ONG canadense Greenpeace.
A revelação consta de despacho da Defensoria Pública do Amazonas e foi encaminhada aos senadores Plínio Valério, do Amazonas, e Damares Alves, do Distrito Federal, presidente da Comissão de Direitos Humanos do Senado. Entre os dias 24 e 25 de setembro, eles realizaram diligência em Humaitá e Manicoré para levantar denúncias de abusos praticados contra trabalhadores, mulheres e crianças que ficaram sem teto após a explosão de seus flutuantes.
Atendendo a pedido do Greenpeace, o MPF acionou as direções do Ibama, ICMBio, IPAAM, SEDAM, Polícia Federal e Polícia Militar do Amazonas e Rondônia, além da Capitania Fluvial da Marinha do Brasil na Amazônia. O objetivo, em um prazo de 10 dias, era executar operação comparada a filme de guerra, com a “descaracterização, a destruição ou a inutilização de todas as balsas, dragas e quaisquer outros instrumentos utilizados na extração ilegal de minérios”.
Entretanto, segundo denúncias, não se tratava de dragas, mas de casas fluviais de famílias. “Hoje me reuni com conselheiros tutelares de Humaitá e Manicoré, que me relataram fatos terríveis. Não respeitaram os direitos das crianças, dos adolescentes e de outros cidadãos. Vamos a campo para levantar todos os abusos, elaborar um relatório da comissão e encaminhá-lo inclusive a organismos internacionais”, afirmou a senadora brasiliense Damares.