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Do Alto da Torre
Do Alto da Torre

Falha de execução, não de planejamento

“Quem falhou”? “Por parte da Polícia Militar não foi cumprido o planejamento”, declarou a coronel

Eduardo Brito

27/04/2023 18h31

Ao depor à CPI dos atos antidemocráticos da Câmara Legislativa nesta quinta-feira, 27, a subsecretaria de Operações Integradas, coronel Cíntia Queiroz de Castro, afirmou que não houve falha de planejamento e sim de execução.

“O Planejamento de Ações Integradas previu todos os cenários possíveis e foi realizado considerando o nível máximo de ameaça; portanto Não houve falha no planejamento, mas houve falha na execução”, garantiu a coronel. Chico Vigilante, presidente da CPI, cobrou imediatamente: “Quem falhou”? “Por parte da Polícia Militar não foi cumprido o planejamento”, declarou a coronel.

O distrital insistiu, perguntando sobre o atraso das tropas, pois a própria coronel Cíntia dissera à Polícia Federal que o coronel Fábio, comandante da operação, na Esplanada, estava preocupado com o efetivo desde a manhã do dia 8 e ligava para o Departamento de Operações, mas ninguém respondia ou, quando respondia, dizia que a tropa estava chegando e não chegava nunca.

A coronel evitou citar nomes, mas respondeu: “Fato que a tropa demorou a chegar e fato que o coronel Fábio solicitou por inúmeras vezes o reforço do efetivo da PM no local. Eu acredito, particularmente, que a tropa não conseguiu chegar a tempo porque estava de sobreaviso”.

A referência faz sentido: estar de sobreaviso, para a tropa, é aguardar ordens em casa, enquanto estar de prontidão e estar no quartel, preparada para entrar em ação de imediato.

CPI aprova convocação de generais

Em reunião marcada por novo bate-boca de caráter ideológico entre distritais, a CPI aprovou a convocação dos generais Augusto Heleno e Marco Edson Gonçalves Dias para oitivas na condição de testemunha.

Ambos comandaram o Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, um no governo Bolsonaro e outro no início do governo Lula. E ambos estão na reserva. Foi aprovada ainda a reconvocação de Marília Ferreira Alencar, ex-subsecretária de Inteligência da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal, com objetivo de esclarecer aspectos específicos.

O requerimento para convocação do comandante-geral da Polícia Militar do Distrito Federal, coronel Klepter Rosa Gonçalves, foi retirado de pauta. Durante a reunião, também foi rejeitado o requerimento para convocação de Adriano Machado, fotógrafo da Reuters, que seria ouvido sobre sua presença registrando a invasão do Palácio do Planalto.

Na discussão da votação, o presidente Chico Vigilante propôs a rejeição do requerimento, alegando garantia constitucional da imprensa em preservar fontes. Foi acompanhado pelos distritais João Hermeto, Fábio Felix e Jaqueline Silva. Paula Belmonte defendeu a convocação, argumentando que o fotógrafo estaria participando dos atos e deveria ser ouvido.

Foi acompanhada pelos deputados Pastor Daniel de Castro e Joaquim Roriz Neto. Placar de quatro votos a dois, pois Paula é suplente. Por fim, a CPI aprovou a convocação de Ana Priscila Azevedo, apontada como uma das organizadoras dos atos terroristas em Brasília.

Corte de microfone

Mais um capítulo da queda de braço entre os distritais Chico Vigilante, do PT, e Paula Belmonte, do Cidadania, foi escrito durante essa nova oitiva da CPI dos Atos Antidemocráticos.

Durante o debate, que envolvia a aprovação do requerimento de um novo depoente, Paula Belmonte teve novamente seu microfone cortado por Chico Vigilante. A parlamentar cobrou imparcialidade por parte da presidência da Comissão.

“Eu estou sendo calada aqui, isso é cercear a palavra de uma mulher e eu não vou admitir isso outra vez ”, disparou Paula.

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