Um ex-senador brasiliense, que gosta de exemplos históricos, registrou um caso que poderia muito bem servir para o governo Lula.
Passou-se no Quênia, uma das mais prósperas colônias britânicas na África, que se tornou independente em 1963, tendo como presidente o mais ativo lutador pelo rompimento com os ingleses, Jomo Kenyatta.
Na sua luta anticolonialista, Kenyatta foi preso e condenado a trabalhos forçados, ficando na cadeia por oito anos. Claro, quando caiu o regime imperialista, os habitantes britânicos e seus aliados locais ficaram apavorados com o que ocorreria.
Logo após sua posse, Kenyatta reuniu a antiga cúpula, inclusive todos os ricaços brancos, em um grande anfiteatro. Foi direto ao assunto: “Jomo Kenyatta não tem a intenção de retaliar ou de olhar para trás. Nós vamos esquecer o passado e olhar para o futuro.
Eu sofri perseguição e cadeia, mas isso passou e eu não vou ficar me lembrando disso. Vamos nos dar as mãos e trabalhar pelo bem do Quênia”. Toda a audiência se levantou e aplaudiu de pé. Deu certo. O Quênia foi o país que mais se desenvolveu na África.
Jomo Kenyatta conduziu o país por mais 16 anos, até sua morte. Passaram-se mais 35 anos, com quatro governos diferentes, até que seu filho Uhuru foi eleito e reeleito democraticamente presidente, cargo que exerceu até 2022.
Uhuru significa Liberdade em Swahili, a principal língua do Quênia. Para o ex-senador que conta a história, é uma lição a ser seguida por quem promete crescimento econômico no Brasil.