Quem diria, as deputadas brasilienses Érika Kokay e Bia Kicis votaram igualzinho na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania da Câmara dos Deputados, que rejeitou nesta segunda-feira, por 57 votos a 2, o recurso do deputado Chiquinho Brazão contra a decisão do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar que recomendou a perda do seu mandato.
Votaram a favor do recurso só os deputados Dani Cunha (União-RJ), ela mesma, a filha do ex-presidente Eduardo Cunha, e Waldemar Oliveira (Avante-PE). O processo segue agora para a análise do Plenário, onde são necessários votos favoráveis de pelo menos 257 deputados para a cassação do mandato. A votação é aberta e nominal.
Brazão é acusado de ser um dos mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes em 2018, mas nega participação no crime. No recurso apresentado à CCJ, a defesa de Brazão alegou parcialidade da relatora no Conselho de Ética, deputada Jack Rocha (PT-ES), além de violação ao contraditório e à ampla defesa.
A defesa argumentou que publicações da deputada em redes sociais sugeriam apoio à cassação antes mesmo de ela ser designada relatora. Também foi alegado que diversas testemunhas não foram ouvidas e que o fato imputado é anterior ao mandato de Brazão na Câmara.