Em relação ao grupo de deputados distritais que havia votado com o governo para a eleição de Rafael Prudente (MDB) à presidência da Câmara Legislativa, dois deputados mudaram de lado para a votação na sessão extraordinária de ontem: João Cardoso (Avante) e Jorge Vianna (Podemos). O mesmo aconteceu em relação ao grupo de opositores, encabeçados, então, por Cláudio Abrantes (PDT). O próprio Abrantes e Jaqueline Silva (PTB) votaram com o Executivo ontem, empatando a briga.
Vem bronca
O caso de Cardoso é um pouco mais delicado do que o de Vianna porque ele é do mesmo partido de Paco Britto, o vice-governador. A legenda já notificou o deputado sobre seu descontentamento com a postura adotada, mas Britto tentou ser apaziguador após a vitória na CLDF. “Não há mágoa nenhuma. Como ele é de primeiro mandato, temos que trabalhar com isso porque é uma pessoa boa que estará na nossa base durante todo o governo Ibaneis”, amenizou.
Humildade
Cardoso parecia despreocupado com as possíveis consequências do seu voto contrário, mas também um pouco nervoso. Durante a sessão ele se prontificou a falar com os jornalistas na área de imprensa e justificou ter analisado a proposta e, tecnicamente, discordado. Indagado sobre retaliações a vir, adotou tom incisivo. “Se pedir tecnicidade de um projeto for motivo de punição, é infantilidade do governo. Temos que ser maduros para entender que coisas do Executivo talvez não tenham vindo de forma adequada e é preciso humildade para adequar os projetos”, disparou.
Deputada interina
Deputada federal eleita para seu terceiro mandato, Érika Kokay (PT) esteve em frente à CLDF desde antes do almoço, em cima de um carro de som, para berrar contra o projeto de expansão do IHBDF. Com o início da sessão, a petista também entrou e ocupou uma das cadeiras reservadas aos distritais da atual legislatura durante o começo da sessão extraordinária. Ao lado da companheira Arlete Sampaio (PT), ela sequer foi incomodada, ocupando o espaço dos parlamentares da CLDF. Sorte que Agaciel Maia (PR) e Delmasso (PRB) faltaram, então tinha espacinho até para mais um penetra.
De olho no tigre
Depois de terem discutido Parcerias Público-Privadas (PPP) com o governo de São Paulo e com empresários chineses, o Governo de Brasília colocou empreendedores da Coreia do Sul na mesa de negociações. O Buriti tem buscado investimentos externos para projetos locais, como a expansão do Metrô, revitalização do Teatro Cláudio Santoro e a viabilização da Transbrasília, e a bola da vez foram os representantes do líder dos chamados tigres asiáticos.
Troca de afagos
O representante do governo na reunião de ontem, no Palácio do Buriti, foi o Secretário de Desenvolvimento Econômico, Ruy Coutinho. Segundo disse à Agência Brasília, a ideia é que os coreanos também instalem indústrias em Brasília e promovam capacitação de trabalhadores com uso de tecnologia de ponta. Existem encontros marcados ainda com uma comitiva de Portugal – representantes da Espanha já estiveram à mesa também.
Cara nova
Passou um pouco batido, mas o novo Governo do DF já adotou uma nova identidade visual, colocando, na logomarca de destaque, um ipê amarelo. O slogan passou a ser “É tempo de ação”. O nome oficial continua a ser Governo de Brasília, seguindo uma modificação feita durante o governo de Rodrigo Rollemberg (PSB), mas a sigla oficial segue como GDF.
Sob o mesmo Sol
A notícia que o deputado federal reeleito Jean Wyllys (PSOL) desistiria do mandato e se mudaria do País pegou muita gente de surpresa. Primeiro representante do partido eleito no DF, Fábio Félix citou o correligionário diversas vezes durante as deliberações da sessão extraordinária de ontem na CLDF e ainda emitiu uma nota de apoio e lamento. “Jean tem sido vítima de intimidação desde seu primeiro mandato, antes mesmo da execução brutal de Marielle e hoje vive sob escolta policial”, argumentou o distrital, reiterando argumentos apresentados pelo próprio Wyllys.
Justiça na Orla
A Vara de Meio Ambiente, Desenvolvimento Urbano e Fundiário do Distrito Federal do Tribunal de Justiça do DF e Territórios (TJDFT) designou para 15 de março a realização de uma audiência pública com moradores, órgãos públicos e associações interessadas sobre a ocupação da Orla do Lago Paranoá. O evento vai acontecer no próprio auditório da Vara, atrás do Setor Policial Sul, a partir das 14h.
Vem que vem
A ocupação das margens do Lago vem causando polêmica desde que o governo Rollemberg desobstruiu a orla sem oferecer a devida contrapartida a moradores de regiões próximas. O governador Ibaneis Rocha chegou a sugerir a limitação do acesso de pessoas aos espaços, para evitar poluição, mas a proposta não caiu muito bem e será rediscutida.
Pegue seu papelzinho
Conforme o TJDFT, a participação popular estará limitada à capacidade do auditório e precisará de inscrição prévia. Os interessados que atuarão na qualidade de amicus curiae (amigos da Corte), como definiu o Tribunal, poderão apresentar suas ponderações oralmente ou por escrito, até o dia da audiência, sem direito a recursos ou retirar suas manifestações dos autos.
Os escolhidos
A Vara ainda elencou as entidades que ela deseja ver na audiência. São elas: o Conselho Comunitário do Lago Sul, o Conselho Comunitário de Segurança do Lago Norte, o Conselho Comunitário da Asa Sul, o Conselho Comunitário da Asa Norte, a Associação Amigos do Lago Paranoá (Alapa), o Movimento Amigos do Lago Paranoá, o Instituto de Ciências Biológicas da UnB, a Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da UnB, o professor Frederico Flósculo (FAU/UnB), o Instituto de Arquitetos do Brasil, o Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil (CAU/BR), o Ibram, e o Ibama.
Sucessão definida
Ezio Pereira Monteiro de Castro é o novo coordenador de comunicação da Câmara Legislativa. Ele sucederá o jornalista Paulo Gusmão, que foi para o Sebrae/DF. Formado na UnB, em sua carreira passou por agências como ÀS e Mr. Brain, além de ter sido diretor do Clube de Criação de Brasília. Na vida privada, é um apaixonado por motos.
