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Do Alto da Torre
Do Alto da Torre

Convocação de Flávio Dino

O primeiro mote foi dado por outro deputado, Kim Kataguiri, também membro da Comissão, que exibiu um documento apontado por Bia como “gravíssimo”

Eduardo Brito

31/03/2023 5h52

Foto: Joédson Alves/Agência Brasil

Escolhida presidente da estratégica Comissão de Fiscalização e Controle da Câmara dos Deputados, a brasiliense Bia Kicis começa de imediato a transformá-la em instrumento para espicaçar o governo Lula.

Anunciou nesta quinta-feira, 30, a convocação do ministro da Justiça, Flávio Dino.

O primeiro mote foi dado por outro deputado, Kim Kataguiri, também membro da Comissão, que exibiu um documento apontado por Bia como “gravíssimo”.

É o Ofício nº 5 de 2023, da Polícia Federal, dirigido a Flávio Dino. “Esse ofício é do dia 7 de janeiro, um dia antes dos atos do dia 8, portanto, em que comunicava o grande risco de que houvesse invasões, depredação dos prédios dos três Poderes da República e, então, não há como o ministro Flávio Dino dizer que não estava ciente”, dispara Bia Kicis.

Para ela, fica clara a omissão do ministro, e uma omissão criminosa. Afinal, completa a deputada brasiliense, “ele não fez nada para impedir — e era sua função fazê-lo — o ataque aos prédios públicos, aos prédios dos Três Poderes, o que é gravíssimo”.

Isso acontece, sempre segundo Bia, logo após Flávio Dino comparecer à Comissão de Constituição e Justiça, “e mentiu descaradamente, sem nenhum apreço à verdade, para todos os deputados lá presentes, dizendo que não teve acesso à informação de que poderiam ocorrer esses atos no dia 8”.

A deputada agora promete levar Flávio Dino à Comissão de Fiscalização e Controle para que, “ao contrário do que fez na CCJ, se comporte como uma autoridade, sem deboche, sem gracinha, sem mentir, porque ele tem o dever da verdade em nome do cargo que ocupa”.

Mais palanques

A comissão não é o único palanque aberto para Bia Kicis. Ainda nesta quinta-feira, 30, ela foi ao Aeroporto Juscelino Kubitschek receber o ex-presidente Jair Bolsonaro, pela manhã, e à noite assumiu com pompa e circunstância a presidência regional do PL no Distrito Federal.

Teve direito a festa no Centro de Tradições Gaúchas. É o mesmo cargo ocupado, até o final do ano passado, pela também deputada brasiliense Flávia Arruda.

Compromisso

Nesse capítulo, ao retornar do aeroporto JK, o deputado brasiliense Alberto Fraga anunciou: “é evidente que o presidente Bolsonaro vai assumir a liderança da oposição e nós vamos dar muito trabalho para eles, da esquerda”. Mas, acrescentou, “o pessoal da esquerda não tem de se preocupar com a chegada de Bolsonaro, tem de se preocupar em trabalhar, coisa que não fizeram até agora”.

Despachantes bélicos

Quem deu o troco foi outra brasiliense, a petista Érika Kokay. Disse que o bolsonarismo carrega um negacionismo estrutural.

“Não apenas nega a vacina e provoca tantas mortes evitáveis, mas tem um negacionismo estrutural, nega a realidade e, de toda sorte, seus seguidores ficam buscando construir palanques ou cortinas de fumaça”.

Segundo ela, um exemplo, “são as pistolas, pois temos deputados aqui que se comportam como se fossem despachantes bélicos”. Para completar, chamou Bolsonaro de “ladrão de joias, por três vezes, uma delas tentando liberar um estojo de joias de quase 17 milhões de reais”.

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