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Do Alto da Torre
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Conversas vazadas irritam chefe do Executivo

Em meio a palavras de baixo calão, Bolsonaro chega a garantir a Fraga que o vídeo é datado de 2015 e que se referia a uma manifestação durante a gestão Dilma Rousseff

Redação Jornal de Brasília

28/02/2020 6h12

Uma troca de mensagens pelo WhatsApp entre o presidente Jair Bolsonaro e o ex-deputado federal Alberto Fraga (foto), obtida pela coluna e publicada anteriormente na versão on-line, demonstra a irritação do chefe do Executivo Nacional com relação à jornalista Vera Magalhães, do jornal O Estado de S. Paulo, que divulgou que o presidente compartilhou um vídeo convocando para manifestações no dia 15 de março contra o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal (STF).

Qual a data?

Em meio a palavras de baixo calão, o presidente chega a garantir a Fraga que o vídeo é datado de 2015 e que se referia a uma manifestação durante a gestão da ex-presidente Dilma Rousseff. Não há comprovação, no entanto, do ano de gravação do vídeo. No diálogo, Fraga parece se defender, reforçando que não foi o responsável por “vazar” o vídeo à jornalista.

Ataques

Durante a conversa, a jornalista Vera Magalhães é citada diversas vezes de maneira desrespeitosa. A repórter também tem sido alvo de ataques de apoiadores de militantes ligados ao bolsonarismo.

Agraciando a Base

O governador Ibaneis Rocha (MDB) começa a agraciar com cargos distritais do Bloco que o apoia na Câmara. Na verdade, equilibra o jogo, uma vez que atendimentos anteriores pareciam mais perto de atender ao Centrão. É possível, porém, que esse grupo, ao final, acabe reclamando.

Administrações à vontade

Agaciel Maia. Foto: Myke Sena/ Cedoc

Depois que o distrital Agaciel Maia (PL) recebeu a administração de Águas Claras e parte da estrutura do Detran-DF, o vice-presidente da Câmara, Rodrigo Delmasso (Republicanos), foi contemplado com a administração do Park Way e com o controle do SIA, além de já possuir influência no Guará. O Park Way, no entanto, ainda possui cargos vinculados ao vice-líder, Hermeto, mas o comando foi também para Delmasso.

Centrão se manteve

O Centrão manteve o que já tinha, nem perdeu, mas também não ganhou. Mas o bloco, que será decisivo nas votações mais polêmicas, no entanto, ainda reclama de “promessas descumpridas” de 2019.

Número alarmante

A CPI do Feminicídio do Legislativo local começa a avançar em números preocupantes do DF. A última diligência constatou que, das mulheres que são encaminhadas pelas delegacias ao Instituto Médico Legal (IML), 45% não fazem os exames necessários. O motivo? A falta de apoio e as longas distâncias até o local.

Falta servidores

Outra constatação da Comissão de Inquérito é a carência de servidores em basicamente todos os serviços de apoio às mulheres. Estão com número inferior de funcionários a Delegacia de Atendimento à Mulher (DEAM); o Núcleo Integrado de Atendimento à Mulher (Nuiam); os Núcleos de Atendimento às Famílias e aos Autores de Violência Doméstica (Nafavd); e o IML.

DF na eleição

No Distrito Federal, não há eleição municipal. Mas, mesmo assim, os partidos locais se organizam para participar ativamente do pleito de 2020. Na verdade, estarão de olho nos municípios do entorno. Há uma perspectiva geral de que o comando desses municípios impactará na construção dos resultados aqui em 2022. Como há um considerável número de pessoas que vivem nessas cidades mas trabalham em Brasília, considera-se que há uma influência mútua.

PSL

Um dos partidos que trabalha com essa lógica é o PSL. O partido cresceu na esteira da eleição de Jair Bolsonaro para a presidência. O presidente deixou o partido, mas a legenda manteve a herança do resultado de 2018. Especialmente um gordo fundo partidário. Nacionalmente, pensa em eleger 500 prefeitos. Hoje tem somente 32. O entorno está fortemente nos planos.

Alimentação escolar

A secretaria de Educação do Distrito Federal fará audiência pública no dia 06 de março, às 10 horas, para apresentar o novo modelo de gestão da alimentação escolar. A proposta prevê a contratação de empresa especializada para a prestação de serviço de nutrição e alimentação escolar nas unidades da rede pública de ensino.

Problemas com o sindicato

Porém, o Sindicato dos Professores, Sinpro, não é favorável à proposta por considerá-la contrária ao princípio da economicidade e à Lei Federal 11.947/2009, que determina que no mínimo 30% do valor repassado pelo Fundo de Desenvolvimento da Educação (FNDE) a estados, municípios e Distrito Federal para o Programa Nacional de Alimentação Escolar, deve ser utilizado na compra de gêneros alimentícios diretamente da agricultura familiar e do empreendedor familiar rural ou de suas organizações, priorizando-se os assentamentos de reforma agrária.

Comissionados

O senador Izalci (PSDB) não vê de forma positiva a proposta do governo do Distrito Federal de alterar o dispositivo da Lei Orgânica do DF, retirando o dispositivo que estabelece que o número de cargos comissionados no Poder Executivo não pode ultrapassar 50% do total.

“É uma mudança muito radical, que vai na contramão da valorização que se espera das carreiras de Estado. Ninguém venha dizer que não temos bons profissionais no serviço público, porque temos”, frisou o parlamentar.

O senador disse, ainda, que em Brasília os comissionados costumam ser da administração que está no poder no momento, não deixando nada quando saem, o que prejudica a continuidade do serviço. O governo justifica-se afirmando que a medida engessa menos a administração, sem onerar os cofres públicos.

Muitas ocorrências,  poucos casos reais

Entre o dia 1º de janeiro e 27 de fevereiro deste ano, 444 ocorrências de desaparecimento foram computadas pela Divisão de Repressão ao Sequestro (DRS). No entanto, o delegado Leandro Hit, titular da DRS, afirma que apesar da quantidade exorbitante de ocorrências, poucos casos podem ser verdadeiramente caracterizados como desaparecimentos reais no Distrito Federal. Para ele, o que realmente acontece, em muitos casos, é um abandono familiar, quando jovens saem de casa motivados por brigas familiares, drogas ou para viverem na criminalidade.

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