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Do Alto da Torre
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Comissionados e verbas de gabinete não são o demônio

Arquivo Geral

27/08/2018 7h00

Atualizada 26/08/2018 20h44

O major do Corpo de Bombeiros Paulo Thiago (PRTB), candidato a deputado federal, surfa na onda da renovação política e se apresenta como um representante do movimento, por jamais ter tido mandato. No entanto, ele enfrenta o discurso comum sobre cargos comissionados e assegura que eles podem ser importantes, se bem geridos. “Existem comissionados com 30 anos de casa, então vamos colocar uma pessoa dessa para fora e perder essa experiência toda?”, provoca. A mesma lógica ele aplica às verbas de gabinete. Para o major, existem questões técnicas sobre formulação de leis que necessitam de assessoria técnica, da mesma forma que viagens de prospecção – “não para passear”, como ressalta – podem agregar ao mandato. Apoiador de Jair Bolsonaro (PSL) e um “católico contra o comunismo”, ele é um dos tantos militares que se lançaram à política em 2018. (Veja a íntegra da entrevista no Facebook do Jornal de Brasília)

Por que tenta a política?
Quando eu comecei a caminhada, não tinha noção de como era. Saí da inércia e da minha casa. Percebo que a população está indignada e quer renovar a Câmara e o Executivo e procurei os partidos até chegar ao PRTB. A gente tem que buscar a renovação e o momento é favorável.

Vemos uma quantidade maior de militares se candidatando. Por que acha que isso tem acontecido?
A insatisfação popular é gigante. Sou contra a intervenção militar. Se a população quer alguém militar para representá-la, que procure pelo voto direto. Percebemos que nossa Constituição é um bebê e nesse caso ser militar abriu as portas para receber o convite do (presidente do PRTB nacional) Levy Fidélix

No DF só há dois candidatos à reeleição na Câmara. Acredita que o cenário favoreça novas candidaturas como a sua?
Com certeza A Câmara vai ter sim essa renovação porque muitos nem se arriscam mais a se candidatar, porque talvez não tenham mais essa credibilidade toda depois da Lava-Jato, Mensalão, e tantos outros “ãos”.

Qual seria seu primeiro projeto se eleito?
Estarei lá para lutar pelo Corpo de Bombeiros, pela Polícia Militar, pela Polícia Civil. Eu sei que é a União que mantém isso através do Fundo Constitucional do DF, então é uma luta. É um compromisso com meus amigos militares e com o próprio cidadão.

Vai abrir mão dos benefícios, como auxílio-paletó, gasolina etc?
A questão do auxílio-paleto é algo que podemos contestar. Mas vamos supor que eu precise ir a outro estado, mas que seja algo produtivo para o DF, para conhecer o transporte de Curitiba ou ver como emendas parlamentares são usadas em outro estado. É possível reduzir algumas coisas – já moro em Brasília e não precisaria de auxilio-moradia-, mas outras é mais difícil, como assessoria. Como estou começando agora, um bom assessor legislativo, um analista, são pessoas importantes.

Então sugere reduzir a estrutura sem precisar se livrar dela?
Exatamente. Mas tem que ser algo de benefício público. Não adianta viajar a passeio, e tem que ser sempre algo a ser aplicado na Câmara dos Deputados.

Seu partido indicou o atual vice de Jair Bolsonaro. Também está fechado com ele?
A coligação nacional existe e o vice do Bolsonaro, General Mourão, é filiado ao PRTB. É claro que a coligação regional ocorreu entre PRP e PRTB, porque não havia como cada um lançar um candidato, até por interesse público, então abri mão para lançar o general Paulo Chagas. Mas nosso apoio é Bolsonaro.

Uma das questões que o general fala é da independência dos Poderes. No papel é bonito, mas como conciliar a utopia com a realidade?
Ele pode ter dificuldade para governar se não houver coalizão. O governante precisa sim dos deputados, até pela questão das emendas parlamentares, então vai ter de haver uma forte comunicação. Ele vai ter de ceder um ou outro cargo, mas de forma técnica.

Uma indicação que justifique a indicação…
Isso. (Independência) não significa romper. Até porque ninguém trabalha sozinho.

O que acha dos cargos comissionados?
Aquele recurso humano pode ser bem utilizado. Como militar, nunca abri mão de quem pudesse agregar minha setorial, porque de qualquer um se pode tirar algo de bom. Tem comissionado com 30 anos de casa, então vai colocar uma pessoa dessa para fora e vai perder essa experiencia? Mesma coisa na Câmara. Existe comissionados há 20 anos com conhecimento do regimento interno de cor e salteado.

Qual seu posicionamento sobre aborto e armamento da população?
Sobre aborto, é polemico, mas tenho minha opinião formada. Sou católico e como tal não tem como ser a favor do socialismo, do comunismo e de descriminalizar o aborto. Que a gente possa facilitar a questão da adoção. […] Armamento sou a favor de que quem saiba mexer com arma esteja equipado. O cidadão pode sim defender sua casa. Propriedade privada não tem como a gente não permitir (que seja defendida).

Mas não existe preocupação de as pessoas começarem a se matar por motivos fúteis como brigas de trânsito?
É polêmico, mas se pegarmos o Japão, lá é difícil conseguir arma, porque a legislação exige capacitação, teste psicológico, local adequado para guardar arma, precisa devolver a comunicação quando quiser comprar novas etc. E a polícia entra nas casas para fiscalizar se as regras estão sendo cumpridas, Se alguém é pego com arma ilegal, a prisão é perpétua. Tem como fazer esse controle rigoroso (criando leis) como deputado federal.


Vapt-vupt

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