Foi menos uma filiação e mais o lançamento de uma candidatura o evento organizado pelo PDT para receber a senadora brasiliense Leila Barros. Todos os pronunciamentos, a começar pelo presidente nacional do partido, Carlos Lupi, tiveram como tema a disputa do Palácio do Buriti. Foi o tema também do ex-distrital Joe Valle, cotado para ser o vice da chapa. Lógico, todos se referiram também ao alinhamento à candidatura presidencial de Ciro Gomes. Dirigindo-se a ela, Lupi disse que “seu destino é ser campeã e, assim, encabeçará nova fase do PDT de Brasília”. Leila se disse altamente motivada no novo partido.
Senadores
Os dois colegas de Leila na representação brasiliense do Senado, Izalci Lucas e José Antônio Reguffe, compareceram à filiação e ficaram ao lado da nova filiada. Ela, aliás, cochichou com Reguffe por bastante tempo. Pode até parecer estranha tanta cordialidade de dois potenciais rivais na corrida ao Buriti. Entretanto, faz sentido. Todas as pesquisas colocam o atual governador Ibaneis Rocha à frente, mas abaixo dos 50% dos votos – até porque a esta altura o número dos que não sabem em quem votarão é elevado. Assim, todos apostam no máximo de candidaturas para forçar um segundo turno. Nem por isso Lupi deixou de dar uma estocada em Reguffe, dizendo que ele merece mais oito anos no Senado. Leila deu um recado sutil ao dizer que entrou no PDT para somar.
Desenhando uma chapa
Ao confirmar que permanece no Cidadania e que será mesmo candidata a senadora, a deputada brasiliense Paula Belmonte avança no desenho de uma chapa de oposição no Distrito Federal. Como Paula Belmonte está coordenada com o atual senador José Antonio Reguffe, fica a indicação clara de que as cartas estão jogadas. Com Reguffe para o Buriti e Paula para o Senado. Para isso pesou o pacto firmado na federação entre o PSDB e o Cidadania. Consta da ata que, regionalmente, cada uma das legendas poderá definir os rumos eleitorais quando tiver sida a mais votada nas eleições passadas para a Câmara. No Distrito Federal, o então PPS foi bem mais votado que os tucanos. Na prática, significa que Paula terá o controle sucessório – inclusive a deputada assumirá agora a presidência regional do partido. E o levará para a provável candidatura de Reguffe. Paula viveu horas agitadas, reunindo-se longamente (foto) com o presidente do Cidadania, Roberto Freire, e o líder na Câmara, Alex Manente, além de uma ida à casa do ex-senador Cristovam Buarque.
Alfinetada tributária
Ao confirmar o esforço para reduzir carga tributária sobre o consumo, como nos itens para a cesta básica, o governador Ibaneis Rocha aproveitou para dar mais uma alfinetada no antecessor Rodrigo Rollemberg. “Entendemos como o aumento no ICMS em diversas áreas, como no combustível, afetou a população do DF”, disse o governador, “e por isso, em minha gestão, uma de minhas metas é fazer com que, gradualmente, voltemos ao patamar de 2015, quando houve um aumento no tributo pelo governo anterior”. Este ano, confirmou Ibaneis, uma das metas é reduzir em 80% o ICMS para empresas de ônibus, para que o cidadão não seja prejudicado na ponta.
Ataque hacker ao Sebrae
Um ataque hacker ao sistema de internet do Sebrae nacional, em Brasília, interrompeu todos os seus serviços de informática. O Sebrae trabalhou durante todo o dia para normalizar o acesso aos canais de atendimento o mais rapidamente possível. Houve interrupção e instabilidade no sistema devido ao ataque cibernético. Em nota, o Sebrae disse ter tomado providências imediatas, “a fim de remediar danos e responsabilizar infratores envolvidos”.
Casas novas
Júlia Luci enfim está abrigada. Disputará as eleições pelo União Brasil, mas para deputada federal, ajudando na soma de votos. Para o PP, foi o ex-distrital Washington Mesquita, que tentará a Câmara Legislativa de novo.
Com ajuda de cima
O caso do delegado Fernando Fernandes, que deixou a administração de Ceilândia no final do prazo de desincompatibilização, dá um exemplo das dificuldades de filiação. Com bom lastro de votos – teve 30 mil para distrital em 2018 e deve ter ampliado sua base na cidade – foi bem recebido no Republicanos. Só que o também distrital Rodrigo Delmasso chiou. O jeito foi voltar para o Pros pelo qual se elegeu. Só que, sem nominata, o partido agora precisa de apoio de quem manda para se reforçar. Já recebeu vários ex-administradores regionais.
Apesar da resistência
Cláudio Abrantes deixou o PDT, que conta com fraca nominata e já perdeu seu outro distrital, Reginaldo Veras. Ingressou nesta quarta-feira, 30, no PSD, mas também lá encontrou resistência na bancada. Contou, com o aval da direção partidária.
Em busca da soma de votos
Justamente pelo problema de nominata, o PDT perdeu dois candidatos naturais no Distrito Federal, o distrital Reginaldo Veras e o ex-presidente da Câmara Wasny de Roure. Ambos foram para o Partido Verde. Não foram só eles. Quatro deputados federais deixaram o PSB e o Podemos, entre eles o mineiro Julio Delgado e o baiano Bacelar, também se filiaram. O que os move, evidentemente, não é o amor à Natureza, mas o interesse na federação da legenda ao PT pode garantir a ultrapassagem da cláusula de barreira. É do PV também o deputado federal brasiliense Israel Batista, que estava de malas prontas, mas não seguiu novos rumos e possivelmente nem seguirá.
Mais uma ex
A ex-governadora Maria de Lourdes Abadia será candidata a deputada federal, mas não pelo PSB. Filiada ao partido desde o governo passado, Abadia reforçaria a legenda para ajudar a eleição do também ex-governador Rodrigo Rollemberg. Preferiu filiar-se ao União Brasil, apoiando Reguffe e deixando Rollemberg ainda com maior dificuldade para atingir o quociente eleitoral. Além deles, mais um ex-governador tentará chegar à Câmara dos Deputados, Rogério Rosso, pelo PP. Agnelo Queiroz é uma possibilidade, pelo PT, mas ainda não se definiu. Cristovam Buarque, hoje no Cidadania, ficará de fora.
Carreira relâmpago
A advogada Milena Câmara tem carreira rápida. Filiou-se na noite de terça-feira ao PP brasiliense e amanheceu na quarta-feira como presidente regional do PP Mulher. Na festa de filiação estiveram o chefe da Casa Civil de Bolsonaro, Ciro Nogueira, que também é o presidente nacional do partido, a presidente regional Celina Leão, o ex-deputado e agora candidato Rônei Nemer, além de uma série de parlamentares evangélicos, a começar por Sóstenes Cavalcanti, da Frente Parlamentar Evangélica.
Família multiestadual
Milena vem a ser filha de deputado federal pelo Amazonas, Silas Câmara, também evangélica, e de suplente de deputada federal pelo Acre, Antônia Lúcia. O pai se elege pelo PP e a mãe, pelo PL.