Cada um dos 24 deputados que chegarão ou retornarão à Câmara Legislativa do DF (CLDF) terá cerca de R$ 180 mil para gastar em contratação de pessoal. Claro que o discurso polido da maioria deles durante a campanha deve fazer com que, pelo menos a princípio, eles não utilizem esse recurso em sua totalidade, mas, ainda assim, o mercado de trabalho na Casa já está movimentado.
Procura-se
As assessorias, tanto técnicas quanto de imprensa, são os cargos que mais devem movimentar os classificados do Legislativo local. Os profissionais que se relacionam com os jornalistas costumam ser cargos de indicação, tal qual chefe de gabinete, enquanto as vagas técnicas não raro são preenchidas por servidores da própria Câmara. Isso no núcleo duro do gabinete. No periférico de qualquer mandato há uma dezena de cargos que, via de regra, servem para agradar a aliados políticos ou oportunizar bases eleitorais.
Desejável que…
Pelo menos dois deputados já abriram editais públicos para tentar subverter a velha lógica e criar um processo seletivo com viés técnico: Fábio Félix (PSOL, foto) e Leandro Grass (Rede). Ambos disponibilizaram três vagas com remunerações entre R$ 2,6 mil e R$ 3,8 mil e prometem usar critérios específicos para preencher os cargos, sem influência política. “A seleção pública é uma ideia de ampliar a participação do mandato com a sociedade, haver mais transparência nas contratações e também buscar perfis técnicos”, defende Félix.
Quase cotas
Especificamente no caso do distrital eleito pelo PSOL, ele deixa claro, na descrição da vaga, o incentivo à inscrição de ”mulheres, negras e negros, quilombolas, indígenas, juventude, comunidades tradicionais, LGBT, refugiadas e refugiados, pessoas com deficiência e pessoas vivendo com HIV/Aids”. Segundo ele, essa é uma forma de “oportunizar quem geralmente não tem espaço em gabinetes.”
UFC Câmara
A pancadaria comeu solta durante um Fórum, na CLDF, para discutir a Lei de Uso e Ocupação do Solo (Luos) (leia mais na página 6), após a idoneidade do secretário de Habitação, Thiago de Andrade, ser colocada em dúvida por um professor da UnB e especialista no assunto, Frederico Flósculo. Apesar disso, a briga não foi entre os dois, mas entre outras pessoas que, de forma bastante madura, se atracaram após um jogar uma bolinha de papel no outro. Se esse for o tom das próximas discussões daqui pra frente, a TV Câmara tinha de começar a cobrar pelo pay per view da atração.
Filho da P@#$
O Tribunal de Justiça do DF e Territórios (TJDFT) livrou um motociclista que teve seu veículo apreendido pela Polícia Militar de um processo por desacato a autoridades. Segundo o Tribunal, durante toda a ação o réu proferiu xingamentos contra os agentes de segurança e teria resistido à abordagem – sua moto estava com documentação vencida -, tendo de ser contido com uso de spray de pimenta. Na visão da 2ª Turma Recursal do órgão, “taxar tal conduta de desacato é privilegiar o excesso de sensibilidade de quem está lidando com o público”. Vai entender.
MP de casa nova
Na sexta-feira, às 16h30, o procurador-geral de Justiça Leonardo Bessa vai inaugurar uma nova sede do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), no Setor de Múltiplas Atividades Sul, próximo à Rodoviária Interestadual. Segundo o órgão, o edifício é o segundo maior prédio depois da Sede de Brasília I, “o mais bem localizado em termos de acesso para a população que não mora no Plano Piloto”, e abrigará sete promotorias.
R$ 5 milhões a menos
O prédio conta com área de 9 mil metros quadrados construídos em terreno de 10.946,93 metros quadrados. A expectativa do MPDFT é economizar cerca de R$ 5 milhões ao ano, considerando aluguéis e outras despesas com contratos de serviços. Dentre as modernidades aplicadas à arquitetura, o Ministério promete que o edifício será ecologicamente sustentável e conta com reservatório para armazenar até 110 mil litros de água de chuva para utilização em descarga de vasos sanitários, jardinagem e limpeza em geral.
