Menu
Do Alto da Torre
Do Alto da Torre

Capa de The Economist vira tema político no DF

“O Brasil oferece uma lição de democracia para uma América que está se tornando mais autoritária”

Eduardo Brito

28/08/2025 18h02

fotos jornal

Reprodução

O ex-presidente Jair Bolsonaro está na capa da revista britânica The Economist desta semana (foto). A publicação, que chega às bancas nesta quinta-feira (28), dá destaque ao julgamento do brasileiro, que começa na terça-feira que vem, no dia 2 de setembro, e, ao divulgar a nova edição nas redes sociais, afirma que “O Brasil oferece uma lição de democracia para uma América que está se tornando mais corrupta, protecionista e autoritária”.

Lógico, em uma quinta-feira morna, o tema transformou-se em combustível para intrigas tanto no Congresso como na Câmara Legislativa. Bolsonaro é retratado com um chapéu igual ao que usava o “Viking do Capitólio”, um dos apoiadores do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na invasão do Congresso americano em 6 de janeiro de 2021.

O “Viking do Capitólio”, como passou a ser chamado o ativista de extrema direita Jake Chansley, tornou-se um dos símbolos do ataque à sede do Poder Legislativo dos EUA. Segundo a revista britânica, o Brasil deu uma “lição de maturidade democrática” ao investigar criminalmente o ataque às sedes dos Três Poderes em 8 de janeiro de 2023, contrastando com os Estados Unidos.

Trump insuflou a invasão ao Congresso e foi acusado de quatro crimes, mas pôde concorrer à Presidência do país em 2024. Eleito para mais um mandato, o republicano perdoou 1.500 invasores do Capitólio, inclusive o “Viking”. “Os dois países parecem estar trocando de lugar. Os Estados Unidos estão se tornando mais corruptos, protecionistas e autoritários. (…) Em contraste, mesmo com o governo Trump punindo o Brasil por processar Bolsonaro, o País está determinado a salvaguardar e fortalecer sua democracia”, disse a The Economist.

A publicação afirmou que o processo contra o ex-presidente avançou mesmo sob pressão de Trump, que sancionou o Brasil com tarifas adicionais a produtos nacionais e revogações de vistos de autoridades, além de mirar o relator do inquérito, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, com a Lei Magnitsky.

Para o distrital Gabriel Magno, do PT, “a revista The Economist acerta em sua análise. O julgamento de Bolsonaro e dos envolvidos na tentativa de golpe é uma verdadeira lição de maturidade democrática que o Brasil oferece ao mundo. Enquanto os Estados Unidos demonstram fraqueza ao lidar com seus próprios golpistas, nossas instituições mostram sua força. A responsabilização dos culpados é uma vitória da nossa democracia e um recado nítido de que ataques ao Estado de Direito não vão prosperar.”

Já a senadora brasiliense Damares Alves, do Republicanos, disse que as novas medidas restritivas impostas pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, personagem central da matéria do The Economist, que determinou vigilância em tempo integral contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, nada têm de judicialmente correto.

Pelo contrário, a medida é extraordinária e autoritária, especialmente porque o ex-presidente sequer foi condenado, e demonstra o sequestro do aparelho estatal para a perseguição a agentes políticos que se identificam com o espectro ideológico conservador. “A mando de quem está essa Polícia Federal? No dia 9 de janeiro de 2023 essa mesma PF foi a um acampamento e prendeu crianças. Foi uma história de vergonha nacional. Essa polícia violou os direitos humanos”, protestou.

    Você também pode gostar

    Assine nossa newsletter e
    mantenha-se bem informado