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Do Alto da Torre
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Brasília mostra seu índice de sustentabilidade

IPEDF divulga estudo inédito que mede a sustentabilidade ambiental das regiões administrativas do DF

Eduardo Brito

23/07/2025 18h09

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Foto: Matheus H. Souza/Agência Brasília

O Instituto de Pesquisa e Estatística do Distrito Federal (IPEDF) divulgou, nesta quarta-feira (23), o Índice de Sustentabilidade Ambiental Urbana, também chamado de ISU/DF. A metodologia da pesquisa é inédita e pode ser aplicada em outros municípios do Brasil.

O estudo permite que, por meio de nove indicadores, a sustentabilidade das 35 regiões administrativas (RAs) da capital federal seja medida e avaliada. Os indicadores considerados são: áreas verdes, área verde em recarga de aquífero, evapotranspiração, consumo de água por habitante, potencial de infiltração, proporção de área com resistência à erosão, temperatura, casos de dengue e pegada de carbono.

O índice também utiliza dados de satélite e informações oficiais do governo. Todos os resultados são convertidos em uma escala de zero a um, para facilitar a comparação: quanto mais próximo de 1, melhor é a sustentabilidade ambiental da região em relação ao que o indicador mede.

Por ser um índice atualizado a cada quatro anos, o ponto de partida precisava ser uma data de início da gestão do governo. Os dados apresentados pelo IPEDF são referentes a 2022. A ideia é acompanhar a evolução até 2026, observando como as ações do governo e da população impactam a sustentabilidade das RAs ao longo do tempo.

O levantamento apontou as regiões com melhor desempenho em sustentabilidade ambiental urbana: Plano Piloto, Sudoeste/Octogonal, Núcleo Bandeirante e Guará, classificadas com excelente desempenho. Em seguida, aparece o Park Way, com uma boa avaliação.

No outro extremo, as regiões com pior desempenho em sustentabilidade ambiental urbana são Samambaia, São Sebastião, Água Quente, Riacho Fundo, Sol Nascente-Pôr do Sol, SIA e Estrutural. Mesmo assim, o resultado é considerado positivo para padrões nacionais.

Além do Park Way, 17 regiões do DF são consideradas boas, o que corresponde a mais da metade do território. Já 13 são classificadas como regulares, e nenhuma apresenta índices baixos. Na última posição, está a Estrutural, com desempenho regular. No geral, o DF apresenta resultados positivos.

Planejamento pode fazer diferença

Regiões como Sudoeste/Octogonal e Plano Piloto, cidades planejadas, figuram entre as de maior índice. Em contrapartida, RAs como SCIA/Estrutural e Sol Nascente/Pôr do Sol, que se desenvolveram sem planejamento urbano-ambiental, apresentam os menores índices.

Apesar das boas condições urbanas e ambientais, o Lago Sul evidencia que altos padrões de consumo (como consumo de água de 400 l/hab./dia e altas emissões de carbono per capita) podem impactar negativamente o índice. Em contraste, o Itapoã, mesmo com áreas verdes abaixo da média (0,46), obtém um bom desempenho vinculado aos indicadores de consumo populacional.

O diretor-presidente do IPEDF, Manoel Clementino, afirma que a iniciativa do estudo contribui para a criação de políticas públicas e para a melhoria das questões ambientais na capital.

“Um dos grandes temas da nossa década está relacionado às emergências climáticas. Um tema que parecia distante no passado hoje é uma realidade, com eventos extremos da natureza interferindo cada vez mais na vida das pessoas. Nesse sentido, um dos grandes blocos de trabalho do Instituto está voltado aos estudos ambientais. Esta é uma das muitas iniciativas que desenvolvemos no IPEDF e que permite ao gestor público embasar suas políticas e ações para melhorar a questão ambiental em nossa cidade e em nosso território”, destacou.

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