Mesmo afastado por licença médica desde o fim de junho, o distrital Daniel Donizet (foto) continua movimentando a verba indenizatória da Câmara Legislativa.
Em agosto e setembro, seu gabinete solicitou R$ 9 mil mensais para locação de veículos e divulgação de atividade parlamentar. Vale lembrar que ele está de licença do mandato desde o fim do mês de junho, quando apresentou licença de saúde de 60 dias — que foi renovada novamente na semana passada por mais 60.
Os registros do Portal da Transparência mostram que, entre janeiro e junho, Donizet manteve gastos consistentes, sempre acima de R$ 10 mil. Nos três primeiros meses do ano, os desembolsos com divulgação (R$ 9,5 mil, R$ 8,2 mil e R$ 8,5 mil), somados ao contrato de veículo de R$ 5,5 mil, chegaram a estourar o teto autorizado, gerando saldo negativo em fevereiro e março.
Questão ética
O caso levanta questionamentos éticos: se a verba indenizatória existe para garantir o funcionamento do mandato, faz sentido mantê-la ativa quando o deputado está ausente por longos períodos?
No caso de Donizet, ao menos R$ 9 mil mensais seguem saindo dos cofres públicos para sustentar contratos fixos de um gabinete em suspensão.
A situação ganha peso diante do histórico do parlamentar, que desde 2019 acumula polêmicas — das denúncias de “rachadinha” e servidores fantasmas às acusações de assédio, omissão de socorro, importunação sexual e recusa ao bafômetro.
Um repertório que reforça a necessidade de mais rigor na fiscalização sobre sua conduta e sobre o uso de recursos públicos.