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Do Alto da Torre
Do Alto da Torre

Até Ricardo Cappelli admite apoio popular à operação do Rio

Caso Cappelli se refira ao governo Lula, não houve nos últimos 23 anos qualquer ação que se compare à do Rio de Janeiro

Eduardo Brito

04/11/2025 18h20

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Cappelli crédito: Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial

Meio constrangido, o ex-interventor Ricardo Cappelli acabou reconhecendo que se enganaram os que apostaram que as imagens de dezenas de cadáveres expostos no chão iriam causar comoção popular. Foi o contrário. As primeiras pesquisas indicam o contrário.

Por que, indaga ele. A resposta de Cappelli é que, muito provavelmente, porque o confronto se deu na mata e a população se convenceu de que não tinha ninguém ali fazendo um piquenique. Portanto, se são bandidos… O povo é pragmático. São dezenas de anos vivendo sob o regime de terror do crime. Estão todos esgotados e cansados de “teses de longo prazo”.

Na ausência de ação estruturada… O povo é pragmático. Quando se chega nesse nível, é o famoso pior do que está não pode ficar. Cappelli reconhece que todas as pesquisas indicam que segurança pública é a principal preocupação do povo. Todos querem respostas concretas.

E aí vem. O que ele chama de “campo democrático” precisa apresentar urgentemente ações concretas para libertar 28 milhões de pessoas que vivem em territórios dominados pelo crime. Não existe vácuo em política. Esse é o único flanco que pode ameaçar 2026.

Mas, afinal, o que é o “campo democrático”?

Caso Cappelli se refira ao governo Lula, não houve nos últimos 23 anos qualquer ação que se compare à do Rio de Janeiro. Existe hoje uma proposta de emenda constitucional que pretende apenas que o governo federal açambarque as ações dos governos estaduais – únicos que fazem alguma coisa – contra o crime organizado.

A Lava Jato, principal ofensiva de combate à corrupção, foi aniquilada pelo “campo democrático”. Quando o presidente Lula mandou ministros ao Rio depois da última ação, todos eles foram solidários aos bandidos. Será que é isso que Cappelli chama de campo democrático? Parece que não.

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