Em aquecimento para entrar na corrida pelo Buriti, o deputado federal Rogério Rosso (PSD, na foto) reuniu-se ontem com partidos da Aliança Alternativa, também conhecida como Terceira Via. Na conversa, o parlamentar apresentou ao grupo o rascunho de um plano de governo. Após três horas de conversa, a maioria acenou positivamente e as conversas avançam. O martelo ainda não está batido. Mas está mais próximo de se acertar tudo.
Decisão de Frejat não conta mais
Inicialmente, Rosso colocava a desaparição ou ressurreição da candidatura de Jofran Frejat (PR) como uma condicionante. Não mais. “Respeito muito Frejat. Mas hoje, minha decisão independe dele”, alegou. Pesará muito mais para o deputado o fôlego para crescimento de uma eventual campanha. Para a tarde de hoje, ele marcou uma reunião com quatro partidos que são potenciais aliados.
Hospital de Base
Um dos pontos polêmicos do projeto é a extinção do recém-nascido Instituto Hospital de Base de Brasília. “É um erro iniciar uma experiência nova, cheia de falhas e dúvidas pelo maior e mais completo hospital do DF. Temos que prestigiar e valorizar nosso sistema público de saúde”, criticou. Rosso não quis comentar quais seriam os motivos para o atual governo iniciar o projeto. “Apenas afirmo que é um erro conceitual”, reforçou.
Réplica
O parlamentar também afiou a língua para rebater as críticas feitas pelo governador Rollemberg (PSB). O chefe do Executivo questionou a ausência de Rosso no debate do pacote de medidas contra a Guerra Fiscal aprovado no Congresso. Segundo o parlamentar, o governador teria terceirizado a articulação política com a bancada federal do DF para assessores.
PRB não aceita meia volta
Interessado em eleger um deputado federal, o PRB não aceita mais que Rosso dê um passo para trás e tente uma reeleição.
Incontrolável regresso
Mantidas as atuais condições de temperatura e pressão políticas, tudo indica que a candidatura de Jofran Frejat (PR) deverá voltar aos trilhos. Apelidado por aliados de “Incontrolável”, o republicano sinaliza claramente a intenção de retornar à disputa pelo Palácio do Buriti. Este o diagnóstico de diversos personagens dentro e fora do grupo de Frejat, como o deputado federal Laerte Bessa (PR), um dos principais entusiastas do regresso do ex-secretário de Saúde.
Pulso quente
“Ele vai continuar porque ele é companheiro. Companheiro é companheiro. Não larga o outro na chapada”, comenta o parlamentar. Bessa conversa frequentemente com Frejat. E a cada conversa, nas entrelinhas, o “Incontrolável” emite a disposição para retornar ao combate. “Pelas respostas que ele deu, estou confiante que ele vai voltar”, revela o deputado. Hoje, Frejat deverá ter uma nova conversa com aliados e com o presidente nacional do PR, Valdemar Costa Neto.
Segunda opinião
Em conversas reservadas, personagens da antiga aliança de Frejat, composta por MDB, PP, DEM e Avante receberam sinais semelhantes. Em conversas por telefone, o ex-secretário anuncia a ressurreição da candidatura, mas deixa aberta a possibilidade de recuo
Guerra de versões
Desde a fatídica sexta-feira 13 de julho deste ano, quando Frejat anunciou a retirada da candidatura, articulistas nos bastidores viram o movimento mais como uma manobra de marketing do que, de fato, como desistência. Bessa nega a eventual estratégia. “Não, não. Nunca. Frejat jamais faria isso. Jofran jamais faria isso para tirar proveito. Chegou ao ponto de desistir não suportou mais as pressões de fogo amigo. Pessoas que se dizem amigas, mas na verdade queriam tirar proveito. Não aceitou interferência”, afirma.
Certezas
É fato que, independentemente do regresso ou não, o movimento de desistência oxigenou a imagem de homem íntegro e ficha limpa de Frejat. E esse é um importante capital político. Outra certeza é que ele precisará responder de forma convincente quem é o diabo. Para refrescar a memória, quando o candidato tornou pública a desistência apelou para a seguinte frase: “Não venderei minha alma ao diabo”.
Sinal de alerta no PDT
Para continuar no jogo pelo GDF, a candidatura de Peniel Pacheco (PDT) precisa urgentemente de crescimento. A conquista de aliados é imperativa para a continuidade da campanha. Caso contrário, dificilmente a direção nacional do partido não cederá à proposta de composição do PSB. Em troca do apoio à candidatura do presidenciável Ciro Gomes (PDT), os socialistas querem que os trabalhistas desistam da candidatura ao Buriti em favor do projeto de reeleição do governador Rodrigo Rollemberg (PSB).