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Do Alto da Torre
Do Alto da Torre

Aparece o nome de quem não convocou policiais

O número de policiais empregados nesse dia, claramente insuficiente, também foi definido pelo DOP

Eduardo Brito

15/06/2023 18h29

Foto: Joedson Alves/Agência Brasil

Partiu do Departamento de Operações da Polícia Militar do Distrito Federal, então comandado interinamente pelo coronel Paulo José Ferreira, a determinação de manter a tropa de sobreaviso, e não de prontidão no dia 8 de janeiro, quando ocorreram as invasões das sedes de poderes na Esplanada.

O número de policiais empregados nesse dia, claramente insuficiente, também foi definido pelo DOP. Outro oficial, o coronel Marcelo Casimiro Vasconcelos Rodrigues, também já havia apontado Paulo José como o responsável por determinar a abertura da Esplanada dos Ministérios no dia 8.

O comandante Klepter Rosa disse à CPI que conversou com o coronel Paulo José no sábado, véspera dos atos, ao ser detectada a chegada de vários ônibus com manifestantes ao acampamento em frente ao QG do Exército.

“Liguei para o coronel Paulo José e ele disse que sabia da chegada dos ônibus. Perguntei se ele estava tomando as medidas e ele disse que sim, que estava conversando com o coronel Casimiro para fazer o policiamento. Perguntei se ele tinha previsão de efetivo e ele disse que sim e sugeriu o emprego dos alunos do curso para reforçar a tropa”, afirmou.

Klepter Rosa também revelou que o coronel Paulo José havia dado garantias de que os policiais solicitados por ele seriam suficientes para conter os manifestantes.

“O coronel Paulo José me disse que todas as tropas estavam acionadas, inclusive os efetivos do BOPE, Choque, ROTAM e BPCães e que todos estavam cientes da missão. Paulo José também me disse que não precisava de apoio, que seu efetivo era suficiente e que os oficiais estavam habituados com manifestações”, disse Klepter.

Sobre a determinação de manter o restante do efetivo da PMDF de sobreaviso, quando os policiais podem ser chamados só eventualmente, em vez de ficarem de prontidão, quando precisam estar equipados e reunidos em local próximo à missão, o coronel Klepter Rosa disse que a decisão foi tomada com base no pedido do DOP.

“Como o comando regional disse que a tropa seria suficiente e não havia previsão de horário de descida dos manifestantes para a Esplanada, não havia como deixar o efetivo de prontidão desde sábado. Se precisássemos do efetivo no domingo à noite, com que tropa iríamos contar? Deixamos o efetivo de sobreaviso porque ainda não tínhamos a solicitação do DOP com local e horário certos”, afirmou Klepter.

Situação tranquila

O comandante-geral também revelou que conversou com o coronel Paulo José no dia 8/1 pela manhã. “No domingo pela manhã mantive contato com Paulo José e ele me disse que a situação estava tranquila e que ele já teria acionado mais duas companhias que estavam de sobreaviso. Diante dessa informação, a perspectiva que a gente tinha era de que o esquema estava funcionando”, disse.

O relator da CPI, distrital João Hermeto, questionou o comandante-geral sobre a autorização dada ao coronel Jorge Eduardo Naime, então titular do DOP, para tirar férias no dia.

“O coronel Naime já havia cumprido várias missões e estava me relatando esgotamento há vários dias. Como a posse presidencial já havia passado e como ele tinha direito de gozar suas férias, dei a autorização”, respondeu Klepter Rosa. Foi o que abriu caminho para o coronel Paulo José Ferreira.

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